Melão pré-cortado pode estar na origem de um surto de salmonella na América do Norte

Uma bactéria está a alarmar os consumidores e os retalhistas do outro lado do Atlântico, visto já ter causado vítimas mortais. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Análises.
As análises de controlo de qualidade ajudam a identificar os focos de salmonella e, assim, a proteger os consumidores.

Um surto violento de salmonella está a afetar várias geografias da América do Norte, como o Estados Unidos e o Canadá, tendo já provocado centenas de infetados e pelo menos oito vítimas mortais. Segundo a Food and Drug Administration, melões pré-cortados e embalados serão uma das causas da infeção e já foram retirados vários lotes deste produto e até mesmo melões inteiros.

Os casos mais graves desta doença, geralmente, desenvolvem-se nos grupos etários mais vulneráveis, dos jovens ou dos idosos e em pessoas com o sistema imunológico mais fraco.

As autoridades de saúde norte-americanas já desaconselharam o consumo deste tipo de fruta, principalmente a de origem desconhecida. Foi possível apurar ainda que todos os melões que façam parte dos lotes que foram recolhidos das lojas não devem ser consumidos, devendo ser colocados no lixo.

Este recente surto provocou mais de 100 doentes, dos quais 61 foram hospitalizados e 3 acabaram por falecer, isto nos Estados Unidos. Já no Canadá, 67 pessoas ficaram doentes, 17 foram hospitalizadas e 5 acabaram por falecer. As centenas de doentes, quando inquiridos, constataram que tinham em comum na sua dieta o consumo de melão, que no processo de corte e embalamento não cumpria com os requisitos legais de higiene e segurança.

Salmonella: causas e consequências

A salmonella é uma bactéria que provoca uma infeção conhecida como salmonelose. Este tipo de bactéria costuma estar alojada nos intestinos de certos animais e passa para os humanos quando estes consomem alimentos contaminados com as fezes de animais infetados. Há cerca de 40 000 casos de salmonelose por ano nos Estados Unidos, mas os números relacionados com esta doença são sempre enganadores, já que os pacientes com sintomas mais ligeiros, muitas vezes, nem recorrem aos serviços de saúde.

Estima-se que o número real de infetados por ano seja quatro vezes mais do que os números oficiais. Para além disso, são precisas cerca de 4 semanas até que se saiba se um caso de salmonelose faz parte de um surto ou se é um caso isolado. A maioria dos infetados apresenta sintomas nas primeiras 6 horas, ou até 6 dias após o consumo de alimentos infetados. Os principais sintomas são cólicas abdominais, febre e diarreia, sendo que duram em média 4 a 6 dias.

Os casos mais graves desta doença, geralmente, desenvolvem-se nos grupos etários mais vulneráveis, dos jovens ou dos idosos e em pessoas com o sistema imunológico mais fraco. Nestes grupos de população, a infeção com a bactéria salmonella pode significar o desenvolvimento de doenças mais graves, bem como uma deslocação ao hospital que pode significar um período de internamento.

Os principais comportamentos de risco para contrair a infeção por Salmonella são o consumo de alimentos, como carne malpassada, ovos malcozidos, legumes crus mal lavados ou malcozidos, marisco e fruta por lavar, bem como não lavar as mãos após a utilização da casa de banho e a mudança de fraldas e o contacto com animais, principalmente, da classe das aves e dos répteis. A visita de lugares/países com fracas condições sanitárias, também pode ser considerado com um comportamento de risco.

No passado mês de agosto, um surto de salmonella foi identificado na Europa, sendo que a principal causa estava associada ao consumo de tomate cherry. Não foram registados casos em Portugal, mas foram registados mais de 100 por todo o continente europeu, tendo levado à ocorrência de uma vítima mortal.

Referência da notícia
Stacy K. CDC Warns Against Eating Pre-Cut Cantaloupe From Unknown Sources Amidst Growing Salmonella Outbreak. The Science Times (2023).