Os mares da Europa enfrentam futuro incerto

Devido ao aumento das ameaças impostas pela sobreexploração de recursos marinhos, poluição e alterações climáticas, são necessárias ações urgentes para que os mares da Europa voltem às suas melhores condições. Saiba mais aqui!

Ecossistema marinho
A condição dos mares determina a sua capacidade de fornecer oxigénio, alimentos, e outras vantagens para a sobrevivência humana.

Segundo o relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA), sobre os ecossistemas marinhos da Europa, o tempo para reverter décadas de negligência e uso indevido está a esgotar-se.

"Ainda temos a hipótese de restaurar os nossos ecossistemas marinhos se agirmos de forma decisiva e coerente e alcançarmos um equilíbrio sustentável, entre a forma como utilizamos os mares e o nosso impacto no ambiente marinho". A condição atual dos mares da Europa não é, de todo, favorável, de acordo com o relatório da AEA.

Se colocarmos agora, em prática, ações urgentes e coerentes, ainda há forma de reverter os efeitos negativos.

A má condição dos mares poderá afetar a nossa qualidade de vida, os nossos meios de subsistência e a economia. A degradação dos mesmos vai diminuir a sua capacidade de fornecer oxigénio, alimentos, um clima habitável, algumas matérias-primas, entre outros, para além de apoiar atividades recreativas, de lazer e de saúde.

Fatores de risco

O uso histórico e atual dos mares europeus - do Báltico ao Mediterrâneo - está, agora, a cobrar o seu valor. Têm sido registadas mudanças desde a composição das espécies e habitats marinhos, a mudanças na composição física e química dos mares.

Adicionadas a estes problemas estão as alterações climáticas, que mostram tendência para intensificar os impactos de outras ameaças. Os efeitos combinados destas alterações estão, atualmente, a caminho de causar danos irreversíveis nos ecossistemas marinhos, diz o relatório da AEA.

No entanto, existem sinais de recuperação do ecossistema marinho, em alguns locais, como resultado de esforços significativos para reduzir certos impactos, como os causados pela contaminação, eutrofização e pesca excessiva.

"Neste contexto, a nova Estratégia de Biodiversidade da UE, para 2030, e outros elementos do Acordo Verde Europeu trazem uma esperança renovada de que ações urgentes e coerentes de proteção e restauração estejam em andamento”, disse Hans Bruyninckx, diretor executivo da AEA.

É pouco provável que os Estados-Membros atinjam, até 2020, o objetivo de "bom estado ambiental", da Diretiva-Quadro de Estratégia Marinha da UE - a principal lei da UE para a proteção do ecossistema marinho. Ainda assim, foram realizados progressos significativos desde que a diretiva está em vigor.

Estas conclusões são ecoadas pelo relatório da Comissão Europeia, que revê o estado atual da implementação desta diretiva. O relatório da AEA sugere soluções que podem ajudar a UE a atingir a meta da legislação de mares limpos, saudáveis e produtivos, principalmente por meio da gestão baseada em ecossistemas.