Fruit Attraction termina hoje em Madrid. Produção de pera rocha está “aquém do potencial” pelo quarto ano consecutivo

A colheita de pera rocha dos associados da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) foi de cerca de 116 mil toneladas este ano (115.990 toneladas). É um valor semelhante ao de 2024 (+1%), mas representa cerca de metade da colheita registada em 2021.

Os produtores de pera rocha associados da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, que estão espalhados sobretudo pelos concelhos do Bombarral, Cadaval, Óbidos, Caldas da Rainha, Lourinhã, Mafra e Torres Vedras (distritos de Leiria e Lisboa), colheram 115.990 toneladas de fruto este ano, anunciou nesta quarta-feira, 1 de outubro, a ANP.

Em 2024 tinham sido colhidas 114.759 toneladas, gerando uma faturação de 150 milhões de euros, dos quais 85 milhões decorrentes das exportações.

A pera rocha tem uma área de cultivo superior a 11 mil hectares, sendo que 70% da produção é exportada para 20 países, para três destinos principais: Europa (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).

A produção deste ano dos associados da ANP corresponde a 89% da produção nacional, estimando-se uma colheita total em Portugal de aproximadamente 129 mil toneladas (associados e não associados da ANP).

Diminuição pelo quarto ano consecutivo

Os números da produção que agora foram conhecidos significam uma diminuição, pelo quarto ano consecutivo, do potencial produtivo de pera rocha em Portugal.

Morangos — A Portugal Fresh, Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, regressou a Madrid esta semana para mostrar o melhor da produção nacional. A Associação fez-se representar com uma comitiva de 50 empresas, parceiros e associações de produtores.

Essa quebra está relacionada com as condições climatéricas desfavoráveis - a precipitação e a temperatura durante a fase da floração, nomeadamente - e a forte incidência do fogo bacteriano e a estenfiliose, que deixaram de poder ser combatidas com produtos fitofarmacêuticos retirados pela União Europeia e que estão a ter impactos inéditos na produção e, também, nos custos de limpeza dos pomares.

Mas há uma questão adicional: este ano, além da quebra na produção de pera rocha continuar abaixo do seu potencial, 60% da fruta colhida apresenta calibres baixos. É a própria ANP que o assume.

“O stock apresenta predominância de calibres baixos. Cerca de 60% da fruta tem calibre menor ou igual a 60 mm e menos de 20% [da fruta] apresenta calibre igual ou acima dos 65 mm”, refere a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha. "Trata-se da segunda pior colheita da última década e do terceiro ano consecutivo com menos 50% de peras, muito abaixo do potencial produtivo", refere a ANP, através de um comunicado difundido nesta quarta-feira, 1 de outubro, o dia em que o ministro da Agricultura e do Mar, José Manuel Fernandes, visitou a feira Fruit Attraction, em Madrid.

A Fruit Attraction, que terminou esta quinta-feira em Madrid, contou com uma representação de 50 empresas portuguesas (parceiros e associações de produtores), agregados no stand da associação Portugal Fresh, Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal.

2.500 expositores e 120 mil profissionais

A feira Fruit Attraction, considerada estratégica para a internacionalização das empresas e para a promoção da produção nacional nos mercados externos, reuniu esta semana mais de 2.500 expositores e 120.000 profissionais de 150 países.

Frutos vermelhos — No primeiro semestre de 2025, as exportações de frutas, legumes e flores cresceram 9,5% em valor, atingindo mais de 1.288 milhões de euros, segundo dados do INE. No mesmo período, a quantidade exportada também aumentou, ultrapassando 837 milhões de quilos (+8,9%).

“A Fruit Attraction é uma montra privilegiada para afirmar a competitividade e inovação do setor agroalimentar português, ao mesmo tempo que abre portas a oportunidades de negócio", refere Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, em comunicado.

Exportações de 1.288 milhões de euros até junho

"O facto de marcarmos presença ano após ano reflete bem a importância deste evento para o setor das frutas e legumes", diz o empresário, que aproveitou a presença do ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, nesta quarta-feira, 1 de outubro, para "enfatizar a urgência que temos na execução do plano Água que Une". Essa estratégia, frisa Gonçalo Andrade, é "essencial para reforçar a produção nacional e melhorar a balança comercial do setor das frutas, legumes e flores".

No primeiro semestre de 2025, as exportações de frutas, legumes e flores cresceram 9,5% em valor, atingindo mais de 1.288 milhões de euros, segundo dados do INE.

No mesmo período, a quantidade exportada também aumentou, ultrapassando 837 milhões de quilos (+8,9%). A União Europeia é o principal destino das frutas, legumes e flores produzidos em Portugal, representando 81% das exportações em valor. Espanha lidera na lista dos principais destinos, seguido por França, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido.

Com 112 sócios, que representam cerca de 5000 agricultores, a Portugal Fresh foi criada em dezembro de 2010 e tem como missão valorizar a origem “Portugal” e promover as frutas, legumes e flores nos mercados interno e externo.