Estudo revela se há mais insetos à noite ou de dia

A questão, quase infantil, se há mais insetos de dia ou de noite foi agora respondida por um estudo que apresenta algumas revelações. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Insetos voadores.
A iluminação artificial atrai os insetos e acaba por confundir o seu ciclo de atividade.

Um estudo recente, desenvolvido por investigadores da Universidade da Austrália Ocidental, procurou responder à simples questão: há mais insetos durante o dia ou durante a noite? Por mais simples que pareça a questão, não eram assim tão numerosos os estudos científicos sobre este assunto. Desta forma, dois investigadores analisaram cerca de 100 estudos, desenvolvidos nos últimos 70 anos, sobre este tema, tendo chegado a conclusões, no mínimo, interessantes.

(...) entre insetos voadores e terrestres há diferenças significativas: pode haver um número três vezes maior de insetos terrestres durante o dia, em relação ao período da noite.

Em média, há cerca de 30% mais insetos à noite do que durante o dia. Mas atenção, este número varia muito consoante o comportamento de fatores como a localização absoluta, a latitude, a proximidade aos cursos de água e a temperatura ao longo das 24 horas do dia. Estão assim desvendados os padrões de atividade dos insetos, sejam voadores, terrestres ou aquáticos ao longo do dia.

Os insetos são invertebrados com exoesqueleto quitinoso, corpo dividido em três tagmas (cabeça, tórax e abdómen), três pares de patas articuladas, olhos compostos e duas antenas. Este nome vem do latim insectum.

Os estudos mais relevantes para esta descoberta trabalharam com alguns insetos capturados durante o dia e outros durante a noite, mais de 3 milhões, provenientes das mais variadas localizações (florestas tropicais, temperadas, desertos quentes e ecossistemas aquáticos) de forma a obter resultados mais credíveis.

Formiga.
As formigas são insetos mais tolerantes às temperaturas diurnas.

Os vários fatores a atuar

Há vários fatores ambientais e ecológicos que estão a moldar os padrões de distribuição de insetos no mundo. Certas espécies são mais abundantes durante o dia, como as abelhas, as vespas e as formigas, mas outras são bem abundantes durante a noite, como é o caso das efémeras e das borboletas. A proximidade aos cursos de água também interfere na quantidade de insetos ativos durante a noite. Nestas áreas estima-se que o número de insetos ativos durante a noite seja o dobro em relação ao que se verifica enquanto há luz solar.

Os insetos são o grupo de animais mais diversificado existente na Terra. Como o maior e mais largamente distribuído grupo de animais artrópodes do planeta, os insetos representam mais que 70% de todas espécies de seres vivos conhecidos.

Mesmo entre insetos voadores e terrestres há diferenças significativas: pode haver um número três vezes maior de insetos terrestres durante o dia, em relação ao período da noite. Estas variações explicam-se, possivelmente, como estratégias para evitar predadores.

Já do ponto de vista da temperatura, nas regiões onde as temperaturas médias são mais elevadas (Zona Quente o Intertropical) é onde se regista uma maior atividade noturna. Isto também é um mecanismo de defesa, não contra predadores, mas tendo em conta as implicações das temperaturas elevadas no bem-estar dos insetos.

Os principais desafios, no futuro, passam por lidar com as implicações da iluminação artificial e com as consequências das alterações climáticas, que podem interferir nas populações de insetos noturnos. Estudar os insetos e os seus ritmos de vida também se reveste de importância científica, na medida em que pode ajudar na conservação da biodiversidade no nosso planeta.