Buraco do ozono continua a encolher no Pólo Sul, segundo dados da NASA

A NASA anunciou, a 26 de outubro, que o buraco de ozono sobre o Pólo Sul encolheu 700.000 milhas quadradas, ou aproximadamente o tamanho do Texas, em comparação com o mesmo período de 2021. Os resultados são animadores para cientistas internacionais.

buraco de ozono; polo sul;
Tendência para redução do buraco do ozono mantém-se no Pólo Sul, segundo dados registados com recurso aos satélites da NASA.

As observações de satélite da NASA, tornadas públicas agora, evidenciam que a área do buraco de ozono no Pólo Sul continua a tendência consistente de redução observada nos últimos anos. Os resultados dão esperança a investigadores, que acreditam que a eliminação de substâncias químicas nocivas (como os Clorofluorocarbonetos – CFC’s) contribuíram para a diminuição do buraco do ozono.

A camada do ozono é responsável pela absorção da energia solar prejudicial à saúde

A camada do ozono corresponde à porção da estratosfera que protege o planeta Terra dos raios ultravioleta nocivos do sol. Nesta segunda camada existente na atmosfera, é onde se concentra a maior quantidade de ozono (O₃) do planeta.

Sendo a principal função desta camada absorver os raios ultravioleta provenientes da radiação solar prejudicial, permite a absorção de 98% dos raios nocivos.

Ao funcionar como um filtro, o facto de poder ter menor proteção pode ter consequências nefastas. Por exemplo, a sujeição a grandes quantidades de radiação sem qualquer proteção poderia originar o aparecimento de maior número de casos de cancro da pele, de deformações, de atrofias, de cataratas ou uma maior debilidade do sistema imunitário dos organismos.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) exacerba que a diminuição em 1% da camada do ozono acarretaria o aumento entre 3 a 6% de casos de cancros de pele, o que é, de facto, muito preocupante.

Este tipo de radiação também pode, efetivamente, ter efeitos mais graves nos ecossistemas e, mais propriamente, na fauna e na flora. Pode, aliás, acarretar a diminuição de taxas de crescimento de plantas, menores colheitas de produtos agrícolas ou a redução de espécies piscícolas.

No que diz respeito ao Pólo Sul, parece que os resultados relativos à redução do buraco do ozono têm sido animadores. E o que se está então a verificar efetivamente no Pólo Sul?

O buraco do ozono continua a tendência constante de redução no Pólo Sul

Os principais gases responsáveis por destruir a camada do ozono são o tetracloreto de carbono, os CFC's e hidrofluorcarbonos (HFC's). Estes produtos químicos concentram-se nas nuvens polares de alta latitude durante o inverno do Hemisfério Sul, o que adensa o buraco do ozono acima do Pólo Sul.

A respeito disso, o Mail Online relatou que os cientistas identificaram uma redução do buraco do ozono na Antártida, que atingiu uma área de 8,9 milhões de milhas quadradas, em média, entre 7 de setembro e 23 de outubro. Este valor é ligeiramente inferior ao do ano passado e segue a tendência dos últimos anos.

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Paul Newman, investigador-chefe em ciências da Terra no Goddart Space Fligh Center, registou um progresso constante nas últimas décadas, refletindo-se numa diminuição consubstancial do buraco do ozono. Este pode oscilar devido às mudanças climáticas e a outros fatores que provocam flutuações diárias ou semanais, mas é um facto a redução contínua ao longo de vários anos.

Preocupações com a erupção vulcânica em Tonga não se repercutiram em impactos estratosféricos

Os investigadores da NASA e do NOAA utilizam diversos instrumentos científicos em satélites Aura, Suomi NPP e NOAA-20 para avaliar o crescimento e a quebra do buraco do ozono. Além do cloro e outros halogénios que contribuem para o buraco do ozono e a sua formação durante o mês de setembro no Pólo Sul, investigadores estavam particularmente preocupados com os impactos estratosféricos da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'anapai, em janeiro de 2022.

De qualquer forma, não foram assinaladas quaisquer evidências diretas associadas aos efeitos da erupção vulcânica detetados com dados estratosféricos da Antártida. A erupção de Monte Pinatubo, de 1991, também é conhecida por ter libertado grandes quantidades de dióxido de enxofre, o que ampliou a destruição do ozono.