Alguns países em África estão a enfrentar uma seca devastadora

Os países do chamado Corno de África enfrentam uma grave crise de fome devido à seca extrema que está a atingir aquela região.

Seca
Vários países de África enfrentam por vezes situações de seca graves, mas particularmente este ano a seca nos países do Corno de África tem sido devastadora.

Enquanto que na África do Sul tivemos umas recentes cheias que provocaram mais de 400 mortes, noutros países de África a falta de chuva está a causar uma situação de seca extrema.

Seca na Etiópia, Somália e Quénia

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, e a Unicef emitiram um alerta sobre a situação que se vive na Etiópia, Somália e Quénia. Estes países estão a enfrentar as piores condições de seca desde 1981. Pela quarta época consecutiva, as chuvas não ocorrem, o que coloca estes países perante uma seca devastadora, nunca registada nos últimos 40 anos.

A última avaliação da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) do Centro de Previsão e Aplicações Climáticas (ICPAC) da Organização Meteorológica Mundial (OMM), indica que o primeiro mês da estação chuvosa (período de março a maio) de 2022 tem sido particularmente seco e tudo indica que a falta de chuva irá continuar.

A acrescentar à falta de chuva é de referir que a região também tem registado este ano temperaturas mais elevadas que o normal, o que tem agravado a situação de seca que já se fazia sentir.

Calor
As temperaturas este ano têm estado acima dos valores normais na região mais oriental de África.

Além da seca, esta região foi atingida nos últimos dois anos também por uma praga devastadora de gafanhotos com efeitos na segurança alimentar da região.

Impactos da seca

O efeito cumulativo da falta de chuva em quase quatro anos, tem levado a uma situação de seca extremamente gravosa nestes países com impactos devastadores para a população. A falta de chuvas acabou com plantações e tem causado um elevado número de mortes de cabeças de gado, bem como rebanhos a morrer de sede e de fome.

Perante isto, as agências humanitárias estão a lançar apelos urgentes de apoio para evitar a fome generalizada.

Falta de água
As populações mais vulneráveis são as que são mais atingidas e que lutam na procura de água.

Estima-se que entre 15,5 a 16 milhões de pessoas necessitem de assistência alimentar imediata, devido à seca. Cerca de 6 a 6,5 milhões de pessoas na Etiópia, 3,5 milhões no Quénia, e 6 milhões na Somália. A seca tem tido um impacto maior em particular nas famílias de pastores rurais no sul e sudeste da Etiópia, no sudeste e norte do Quénia e no centro-sul da Somália, onde a situação é catastrófica.

Além da fome e de altos índices de desnutrição, a população desses países está a sofrer com a subida no preço dos alimentos, inflação e baixa oferta de trabalhos no setor agrícola. A Unicef também fez um alerta sobre a importância de se agir agora para se evitar uma catástrofe. Esta agência da ONU calcula que 20 milhões de pessoas, em que a maioria são crianças, precisem de água e de comida nos próximos meses.

Apoio financeiro

O PMA está a fornecer assistência alimentar e nutricional nos três países, sendo que muitas famílias também estão a receber assistência em dinheiro.

Há milhões de pessoas com fome naquela região de África.

A meta é reverter a situação e evitar a situação vivida pela Somália em 2011, quando 250 mil pessoas morreram de fome. O PMA lançou recentemente o seu plano de resposta para o Corno de África, pedindo 327 milhões US$ para ajudar 4,5 milhões de pessoas nos próximos três meses.