A Terra treme na Islândia, o que poderá vir a acontecer?

Pela segunda vez este ano, a Islândia está a registar um aumento da atividade sísmica. A forte atividade sísmica pode indiciar um outro fenómeno, sobejamente conhecido naquelas paragens... Fique a saber tudo connosco!

Paisagem na Islândia.
Cone vulcânico que desmoronou, transformando-se em lagoa.

O Norte da ilha da Islândia está a ser afetado, desde o passado dia 19, por um aumento considerável da atividade sísmica. Foram registados mais de 4000 sismos, sendo que pelo menos 3 superaram a magnitude 5 na escala de Richter. O aglomerado populacional mais afetado até agora é Siglufjörður, a cerca de 400 Km a Nordeste da capital Reiquiavique, onde para além dos sismos de maior magnitude, foram registados milhares de pequenos sismos.

Os sismos de maior magnitude foram sentidos em toda a ilha e as autoridades locais aconselham a população a tomar medidas apropriadas em caso de eventos de maior magnitude e intensidade. A monitorização desenvolvida pelo Gabinete Meteorológico da Islândia, pelo Instituto de História Natural e pela Guarda Costeira indica que, apesar do aumento da atividade sísmica nos últimos dias, não está iminente um grande terramoto.

Os sismos, associados a erupções vulcânicas, podem levar à destruição de infraestruturas, à ocorrência de cheias (...).

Este evento não causou, até agora, danos em estruturas ou vítimas mortais. Contudo, nas áreas mais afetadas (região de Siglufjörður e Ólafsfjörður) foram registadas algumas ocorrências relacionadas com movimentos de vertente e queda de rochas. Devido à forte possibilidade da atividade sísmica se prolongar por mais alguns dias, e mesmo semanas, as autoridades de segurança da Islândia (Iceland Met Office) aconselharam as populações a evitarem áreas isoladas e montanhosas, principalmente no Norte da ilha.

Será a atividade sísmica o prelúdio para algo mais?

Este não é o primeiro momento de intensa atividade sísmica este ano: durante o mês de abril, registaram-se pelo menos 8000 terramotos, com especial incidência no Sul da ilha, numa área mais próxima da capital. Nessa altura, cientistas locais e britânicos acreditavam que podiam estar a assistir a uma erupção vulcânica na península de Reyjkanes, a sul da capital.

Atualmente, a comunidade científica acredita que poderá estar iminente a erupção do vulcão Grimsvotn, no Sul da ilha, e que o aumento da atividade sísmica poderá estar diretamente relacionado com esse evento. Além disso, foram registados na área elevadas concentrações de dióxido de enxofre, indicador da presença de magma perto da superfície.

A última erupção deste vulcão ocorreu em 2011 e provocou o caos no espaço aéreo das Ilhas Britânicas e do Norte da Europa. Já em 2010, a erupção do vulcão Eyjafjoll provocou uma imensa nuvem de fumo e poeiras, levou ao cancelamento de mais de 100 000 voos, tendo afetado mais de 8 000 000 de passageiros.

Assim, é possível comprovar os efeitos nefastos que estes eventos podem ter na população, nos transportes e no espaço edificado. Os sismos, associados a erupções vulcânicas, podem levar à destruição de infraestruturas, à ocorrência de cheias (pois o magma pode derreter grandes quantidades de gelo que se precipitam na pequena rede hidrográfica) e à perda de vidas humanas.