Semana que marca início do verão com calor extremo, noites tropicais e ausência de precipitação

Portugal continental enfrenta a semana mais quente do ano, com noites tropicais e máximas acima dos 40 °C. O verão começa com calor extremo, muito acima da média. A instabilidade atmosférica será quase inexistente, com pouca ou nenhuma precipitação prevista.
A semana de 17 a 22 de junho de 2025 será marcada por uma situação meteorológica excecionalmente quente em Portugal continental. Com o verão astronómico a começar no sábado, dia 21, os dias anteriores e posteriores serão caracterizados por temperaturas entre 6 °C e 10 °C acima da média climatológica, presença de poeiras em suspensão e mínimas que, em alguns locais, não descerão abaixo dos 25 °C durante a noite.
Calor durante toda a semana em Portugal Continental
Para esta terça-feira, 17 de junho, uma massa de ar quente de origem africana, impulsionada por uma dorsal do anticiclone subtropical, trará calor extremo a todo o país. No interior, preveem-se máximas entre os 38 °C e os 42 °C, com especial incidência nos vales do Douro, Sado, Tejo e Guadiana. Mesmo no litoral, os termómetros poderão alcançar os 35 °C, especialmente na terça-feira, com vento de leste a inibir a entrada da nortada.
Na quarta-feira, antecipa-se uma breve descida das temperaturas, sobretudo nas áreas costeiras, devido à aproximação de uma perturbação atlântica que poderá induzir maior nebulosidade e humidade relativa. Contudo, esta mudança será temporária e pouco significativa no interior, onde os 40 °C deverão manter-se como valor habitual ao longo da semana.

Na quinta-feira, 19 de junho e feriado em Portugal, dia de Corpo de Deus, o calor deverá regressar às áreas costeiras, com máximas acima dos 30 °C em várias praias da costa ocidental.
Na sexta-feira, persistem incertezas entre os principais modelos – enquanto o GFS aponta para a intensificação do calor, o ECMWF sugere valores ligeiramente mais moderados, mas ainda superiores à média. O fim de semana, já com o verão oficialmente iniciado, deverá continuar muito quente, sendo mais provável a persistência do calor generalizado do que a instalação de instabilidade significativa.
Ausência quase total de precipitação e humidade baixa
Apesar da presença de uma depressão em altitude ao largo do Atlântico, o padrão dominante ao longo da semana será de estabilidade atmosférica. A influência da dorsal anticiclónica impedirá o desenvolvimento vertical das massas de ar e limitará severamente a ocorrência de precipitação.
Os modelos de previsão, nomeadamente o ECMWF, indicam probabilidades residuais de chuva até sexta-feira, com praticamente 0% no litoral e valores inferiores a 10% em vastas regiões do interior.
Mesmo a instabilidade prevista para quarta-feira parece pouco ativa, limitando-se, no máximo, ao surgimento de alguma nebulosidade convectiva e, pontualmente, trovoadas secas em áreas montanhosas ou no interior centro-sul – ainda assim, com baixa probabilidade de ocorrência. Na quinta-feira a probabilidade cifra-se no máximo de 35%, designadamente na região Norte e Centro.

Esta situação prolongada de ausência de precipitação, combinada com ar muito seco em altitude e temperaturas elevadas, poderá agravar o risco de incêndio rural, especialmente em áreas de mato do interior. A humidade relativa deverá manter-se em valores mínimos durante a tarde, frequentemente abaixo dos 20%, sobretudo no Alentejo e no interior norte.
Em suma, os próximos dias não só marcam o início oficial do verão, como instalam já um padrão atmosférico que poderá prolongar-se. Os dados dos ensembles dos principais modelos sugerem que a última semana de junho poderá ser ainda mais quente, com cenários de máximas acima dos 41 °C em metade das simulações atuais.