Nevoeiro e geadas podem marcar a última semana do ano em Portugal Continental

A partir de 29 de dezembro, o anticiclone deverá impor um padrão seco e estável em Portugal Continental. O frio noturno e a formação de geadas no interior ganham destaque. O principal “fator de incómodo” poderá ser o nevoeiro, com baixa visibilidade em vales e planícies.

A reta final de 2025 deverá ser dominada por um padrão de bloqueio, com o anticiclone a ganhar influência sobre a Península Ibérica. Para Portugal Continental, o cenário mais provável entre 29 e 31 de dezembro aponta para tempo seco, céu pouco nublado e descida das temperaturas, sobretudo nas madrugadas.

Não se antecipa um episódio “adverso” no sentido clássico (chuva intensa, vento forte ou neve). Ainda assim, há dois fatores com potencial de impacto no quotidiano: noites frias com geada no interior e períodos de nevoeiro capazes de reduzir significativamente a visibilidade, em especial em vales e planícies abrigadas (um sinal que tende a surgir com nitidez nos mapas da variável “visibilidade”).

Seja o primeiro a receber as previsões graças ao nosso canal do WhatsApp. Siga-nos e ative as notificações.

As previsões sugerem contrastes marcados entre o litoral e o interior. No final de dezembro, as máximas deverão situar-se, em geral, entre 6 e 15 °C: mais baixas no interior Norte e Centro e mais elevadas junto ao litoral e no Algarve.

As mínimas serão o principal indicador de desconforto, com valores perto de 0 °C em várias regiões interiores e possibilidade de valores negativos nas áreas mais elevadas e em vales encaixados.

Frio, amplitude térmica e geadas com o anticiclone instalado

A estabilização da troposfera sobre o território, típica quando a alta pressão se impõe, reduz a passagem de frentes atlânticas e favorece noites de arrefecimento rápido.

Com menos nebulosidade e vento geralmente fraco, aumenta a perda de calor por arrefecimento radiativo, ampliando-se a diferença entre mínimas da madrugada e máximas da tarde.

A partir de 29 de dezembro, o interior deverá concentrar o frio mais relevante. Trás-os-Montes e a Beira Alta tendem a apresentar máximas relativamente elevadas e mínimas mais baixas.

Em distritos como Bragança e Guarda, é plausível que as madrugadas e início da manhã se aproximem ou desçam abaixo de 0 °C, enquanto o litoral ocidental deverá manter noites menos frias, ainda que com condições de sensação térmica de frio extremo em alguns locais. Às 7 da manhã, registar-se-ão, por exemplo, 3 ºC em Braga e 4 ºC em Aveiro.

Início da próxima semana com temperaturas baixas. Mínimas podem situar-se abaixo dos 0 ºC em algumas áreas territoriais.

Na terça-feira, 30, este padrão deverá manter-se, com geadas mais prováveis em vários vales do Norte e do Centro. Na véspera de Ano Novo, se persistir céu pouco nublado e vento fraco, o ar frio poderá acumular-se nas depressões e fundos de vale, levando a mínimas inferiores às observadas em áreas vizinhas mais elevadas.

Quanto à precipitação, a tendência continua a ser de escassez. A crista anticiclónica deverá desviar as depressões atlânticas para latitudes mais altas, mantendo Portugal num regime de estabilidade.

Mesmo com ar frio em altitude, falta o ingrediente essencial para um cenário invernal mais marcado: precipitação organizada. Por isso, a probabilidade de neve permanece baixa.

Nevoeiro e baixa visibilidade podem marcar a semana

Em contexto anticiclónico, o fenómeno mais provável pode ser o nevoeiro, associado à humidade nas camadas baixas e ao arrefecimento noturno. É frequente formar-se durante a madrugada e início da manhã, dissipando-se depois com a subida da temperatura.

Os vales do Douro e o Sul do país parecem reunir por esta altura condições para esta situação. A persistência do nevoeiro traduz-se em redução acentuada da visibilidade em troços rodoviários, com maior risco nas primeiras horas da manhã e ao final do dia, quando a luz é menor e pode existir piso com gelo.

A este propósito, espera-se que a terça-feira, dia 30, seja um dos dias de menor visibilidade ao início da manhã, com uma grande proporção do território, com visibilidade igual ou inferior a 0,5 km.

Nevoeiro em Portugal Continental, designadamente no interior Norte e no Alentejo.
O nevoeiro deve marcar a próxima semana, sobretudo durante a madrugada e início da manhã. O interior Norte e o Alentejo serão as áreas mais afetadas.

Para os primeiros dias de janeiro, a tendência mantém-se com tempo estável, frio noturno e possibilidade de nevoeiros, com incerteza maior sobre o momento em que o padrão poderá enfraquecer e permitir o regresso de alguma instabilidade atlântica.

Até lá, a passagem de ano deverá ser marcada por frio intenso, geadas e baixa visibilidade, ao invés de condições meteorológicas com chuva ou vento forte.