Em breve aguaceiros e trovoadas regressam a Portugal: eis a precipitação até 8 de junho, segundo os mapas da Meteored

Após dias de calor intenso, Portugal continental prepara-se para o regresso da precipitação. A instabilidade atmosférica trará aguaceiros localizados e até trovoadas. A mudança começa esta quarta-feira, com impacte em diversas regiões, mas será de curta duração.

Depois de um final de maio marcado por temperaturas extremas e tempo seco, Portugal continental deverá assistir ao regresso da precipitação ao longo da primeira semana de junho. A mudança na circulação atmosférica irá favorecer a formação de instabilidade em várias regiões, com destaque para o interior Norte e Centro, onde a possibilidade de aguaceiros, trovoadas e até granizo se torna mais expressiva entre quarta-feira e sábado. Esta viragem meteorológica surge após um episódio de calor intenso que afetou grande parte do território.

A precipitação esperada resulta da conjugação de vários fatores. Por um lado, o forte aquecimento diurno continuará a promover uma acentuada convecção, especialmente nas regiões do interior. Por outro, a infiltração de ar mais húmido em altitude, vinda de sueste, irá encontrar terreno propício à formação de nuvens de desenvolvimento vertical – os cumulonimbus – responsáveis por episódios de aguaceiros e trovoadas localizadas.

Instabilidade a partir de quarta, 4 de junho. Aguaceiros localmente intensos em várias regiões do país

Segundo os mapas da Meteored, resultantes de dados trabalhados a partir dos modelos do ECMWF, a instabilidade deverá acentuar-se a partir de quarta-feira, 4 de junho, com maior probabilidade de precipitação no interior Norte (Trás-os-Montes e Alto Douro). Até às 22h de quarta-feira, espera-se que nesta região a precipitação acumulada se cifre em 10 mm.

Precipitação acumulada em Portugal Continental até 10 mm no interior
Até às 22h desse dia, esperam-se valores de precipitação acumulada em torno de 10 mm no interior Norte.

Apesar da descida generalizada das temperaturas – Lisboa terá máximas entre 22 ºC e 28 ºC e o Porto entre 20 ºC e 23 ºC – os valores continuarão elevados o suficiente para sustentar processos convectivos. Em Bragança, por exemplo, as máximas deverão chegar aos 29 ºC, o que, combinado com o ar mais húmido, favorece a formação de nuvens instáveis.

A distribuição irregular e a natureza localizada dos aguaceiros significam que os efeitos serão desiguais e, por vezes, abruptos.

Outro fator a ter em conta são as poeiras do Saara, ainda presentes em suspensão, que podem interagir com os sistemas convectivos, influenciando a intensidade e a persistência da precipitação. No litoral, o cenário será distinto. As regiões costeiras beneficiarão da nortada e da brisa marítima, que deverão inibir parcialmente a instabilidade, embora não a anulem totalmente. Ainda assim, o nevoeiro de advecção matinal e a influência do oceano Atlântico ajudarão a manter condições mais amenas e estáveis ao longo da faixa ocidental do país.

Duas metades distintas: chuva no início da semana, calor intenso no final

A semana que agora se inicia deverá dividir-se em duas partes distintas. A primeira, até quarta-feira, será marcada por tempo instável e temperaturas abaixo da média climatológica, especialmente no Norte e Centro. A segunda parte, a partir de quinta-feira, trará um novo aumento das temperaturas e tempo seco.

Na terça-feira, dia 3, durante a madrugada, poderá ocorrer chuva fraca em Leiria, prolongando-se até à manhã. De tarde, aguaceiros poderão surgir na Beira Interior e no Nordeste Transmontano, principalmente nas áreas junto à fronteira.

Na quarta-feira, uma linha de instabilidade poderá atravessar o litoral Norte e Centro, provocando chuva fraca entre Viana do Castelo e Lisboa durante a madrugada. De tarde, o tempo tende a estabilizar, com subida gradual da temperatura, chegando aos 26 ºC em Beja.

A partir de quinta-feira, o cenário muda de forma clara. Apesar de alguma nebulosidade matinal, as temperaturas sobem em todo o território, exceto em Viana do Castelo e Lisboa. Os valores oscilarão entre os 19 ºC e os 30 ºC, com o calor a intensificar-se no Sul e interior.

Na sexta-feira, o tempo será seco e soalheiro, com máximas entre os 20 ºC e os 32 ºC, podendo atingir locais com 34 ºC no Alentejo. O contraste térmico entre regiões costeiras e interiores será bem evidente.

Temperaturas elevam-se no fim de semana
A partir do fim de semana, as temperaturas elevam-se em território nacional, atingindo temperaturas em torno dos 37 ºC no Baixo Alentejo no sábado.

O fim de semana promete ser tórrido, especialmente no domingo. No sábado, os termómetros poderão marcar 37 ºC no Baixo Alentejo, com céu limpo. Já no domingo, o calor poderá atingir os 40 ºC em Beja, sendo este o dia mais quente da primeira semana do verão climatológico.