Depressão Gaetan a caminho de Portugal: onde terá maior impacto?

Tal como o previsto há já vários dias, uma tempestade atlântica invadirá Portugal continental, com chuva, vento forte, trovoada e agitação marítima. Do risco de inundações, às rajadas que podem atingir os 100 km/h, contamos-lhe aqui onde a Gaetan terá maior impacto!

mar agitado; Gaetan; depressão
Para além da chuva e do vento forte, a depressão Gaetan provocará agitação marítima.

Depois de vários dias marcados pelo predomínio do anticiclone dos Açores, em que vigorou um panorama meteorológico estável e soalheiro, hoje já começamos a notar as primeiras alterações da anunciada mudança do estado do tempo, com o adensar da nebulosidade.

Está em rápida aproximação de Portugal continental uma tempestade atlântica nomeada pelo IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a depressão Gaetan, que ao longo dos próximos dias, nos afetará com as suas várias frentes associadas. Esta depressão estará a noroeste da Península Ibérica por volta da meia-noite de hoje e, com um sistema frontal associado, começará a afetar território nacional, continuando a atingir-nos durante todo o dia de amanhã, quarta-feira (20), que se prevê que seja o mais crítico.

Devido à passagem desta tempestade, estão em vigor avisos meteorológicos para precipitação forte, acompanhada por vezes de trovoada, vento forte e agitação marítima. Onde terá maior impacto a passagem desta depressão?

Choverá bastante, em alguns sítios de forma torrencial

A depressão Gaetan é uma tempestade que acarreta um elevado impacto devido à situação de risco que representa. A projeção da precipitação acumulada até 22 de janeiro em Portugal continental revela valores superiores a 200 ou 300 litros por metro quadrado, em especial no Minho, e em alguns pontos do Douro Litoral e da Beira Litoral. Também por causa da forte precipitação, espera-se um aumento do caudal dos rios, sobretudo do Minho, do Douro e do Tejo. Com a queda de precipitação excessiva e abundante, muitas áreas baixas e em meios urbanos poderão ficar rapidamente inundados.

Os deslizamentos de terra são outro risco a ter em conta. Devido à iminente subida das temperaturas, poderá verificar-se o degelo de neve acumulada no topo de sistemas montanhosos que poderá contribuir, a par da precipitação prevista, para o risco de transbordamento de caudais dos rios, cascatas e ribeiras mais próximas.

A depressão Gaetan transporta consigo ar húmido, quente e instável oriundo do Atlântico, pelo que além de tudo o que já foi mencionado, seremos brindados com uma subida a pique das temperaturas mínimas. Por exemplo, para o Porto e para Lisboa prevê-se uma impressionante subida de 6 ºC da temperatura mínima de hoje para amanhã. Os termómetros mostrarão valores em torno dos 10 ºC no Porto e dos 12 ºC em Lisboa.

A passagem desta depressão pelo nosso território será rápida, mas muito intensa. Na quinta-feira ainda estaremos sob a influência de superfícies frontais a ela adjacentes. Além disso, a trovoada poderá surgir ocasionalmente e de forma dispersa pela região Centro e Sul.

Fortes rajadas de vento: risco de queda de árvores

Na quarta e na quinta-feira o vento também assumirá o protagonismo, somando mais instabilidade à situação de tempo adverso causado pela chuva. O IPMA já lançou vários avisos meteorológicos, de nível amarelo ou laranja, devido às impressionantes rajadas de vento previstas.

No litoral ocidental, na faixa continental que abrange os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria as rajadas poderão alcançar os 100 km/h entre as 00h e as 06h da manhã desta quarta-feira (20). Também noutros pontos do país, como nos distritos de Bragança e da Guarda, as rajadas alcançarão até 70 km/h.

Em geral todo o país estará sob a influência de um forte vendaval, existindo um risco enorme de queda de árvores e outras infraestruturas mais frágeis. Outro dos riscos a ter em atenção será a agitação marítima. Conforme o vento for intensificando, espera-se um aumento da agitação marítima na costa ocidental, com ondas que vão atingir 4 a 5 metros de altura. Assim, numa altura em que o confinamento impera em tempos de pandemia, esta tempestade torna-se mais um motivo para se manter seguro em casa.