Depressão Barra provocará semana de temporal em Portugal continental

A Península Ibérica será influenciada por uma forte advecção do noroeste, associada à recém-nascida depressão Barra, que nos afetará indiretamente. Atenção à chuva, ao vento intenso e à forte agitação marítima nestes próximos dias, especialmente no litoral das Regiões Norte e Centro. E a neve? Confira a previsão!

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A depressão Barra não atingirá diretamente Portugal continental. Mesmo assim produzirá efeitos indiretos que requerem muita atenção. Onde estará mais adverso o estado do tempo nestes próximos dias?

As frentes que atingiram o Continente de raspão nos últimos dias já lá vão, muito afastadas para leste, mas esta semana será de temporal em Portugal. Ao longo desta segunda-feira, o panorama meteorológico tem vindo a agravar-se, sobretudo no litoral da Região Norte, onde a nebulosidade e o nevoeiro abundam e a chuva, ‘miudinha’ e persistente, tem vindo a aumentar de intensidade.

No interior a precipitação não será tão significativa. As temperaturas subiram ligeiramente hoje e o vento sopra moderado do quadrante Sul no litoral a norte do Cabo Mondego.

Mas, atenção, será durante o dia de amanhã, terça-feira (7) que as superfícies frontais associadas à depressão Barra, começarão a penetrar na Península Ibérica pelo noroeste. A primeira delas, uma frente quente, alcançará o nosso país esta noite.

A Barra é uma depressão que nasceu a partir de um processo de ciclogénese explosiva, e que está a intensificar-se a um ritmo de quase 50 hPa em apenas 24 horas, o que representa uma diminuição de pressão atmosférica extraordinária. Não atingirá diretamente nem Portugal continental, nem Espanha, mas as suas frentes associadas sim, provocando uma alteração significativa no estado do tempo.

Amanhã, terça-feira, o vento vai levantar em boa parte do país, com rajadas fortes. Será bastante percetível a sua intensidade no Norte e no Centro, incluindo também uma importante parte do Alto Alentejo. As rajadas vão ultrapassar os 60 km/h em várias áreas do litoral Norte e Centro, e, localmente, os 90 km/h em várias zonas montanhosas do interior especialmente na terça e na quarta-feira.

À medida que a primeira frente, quente, avance sobre terra firme, também a precipitação começará a aumentar de ritmo. Será chuva fraca, em geral, mais persistente nas áreas de montanha onde a retenção será importante. Por vezes, também nas áreas costeiras, a precipitação poderá ser localmente moderada.

Estima-se queda de neve a partir da madrugada de quarta-feira nas regiões Norte e Centro, na cota dos 1100/1200 metros de altitude, podendo baixar para os 800/900 metros no extremo norte. Até quinta-feira, prevê-se uma acumulação de até 7 cm de neve nalgumas das serras que integram o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Temporal marítimo exige muita cautela

Entre vários dos efeitos indiretos provocados pela passagem de raspão da depressão Barra no nosso território ao longo dos próximos três dias, encontra-se a forte agitação marítima. Não será de menosprezar a ondulação marítima gerada pela rápida e intensa travessia deste temporal, especialmente na costa ocidental a norte do Cabo Raso.

Depressão Barra; mar agitado; temporal marítimo
Durante os dias 7, 8 e 9 de dezembro o mar vai ficar muito agitado, com ondas de noroeste até 6 metros, podendo pontualmente ultrapassar estes valores.

As ondas de noroeste poderão atingir 5 a 6 metros no litoral ocidental, e um pouco menos do que isso, a sul do Cabo Raso. Este temporal marítimo exige cuidados acrescidos em possíveis passeios à beira-mar, ainda para mais com o feriado da Imaculada Conceição à porta (dia 8), desaconselhando-se mesmo qualquer tipo de atividade profissional ou de lazer no mar, junto à costa, nos dias 7, 8 e 9 de dezembro. Para mais informações, consulte os nossos mapas marítimos, sempre atualizados, para verificar o estado do mar, hora a hora.

Temperaturas em ascensão e anticiclone voltará a ganhar terreno

Hoje e amanhã registar-se-á uma subida das temperaturas, derivada da passagem da frente quente e da muita humidade associada. Na quarta-feira os termómetros vão baixar temporariamente, devido ao ar polar posterior que se canalizará em direção à Península Ibérica. A partir de quinta-feira as temperaturas subirão, de forma gradual. Ao mesmo tempo a precipitação irá enfraquecendo, com cada vez menos áreas a ser atingidas graças ao afastamento rumo a leste das frentes.

Tudo indica que o anticiclone voltará a ganhar terreno no final da semana, pelo que o fim de semana deverá registar um estado do tempo mais calmo e, praticamente, sem chuva.

Assim ganharão protagonismo pelo oeste as altas pressões. Ainda assim, deverá continuar a chover, de forma fraca e pouco expressiva, até sexta-feira. Já para o fim de semana, tudo indica que Portugal continental ficará, em geral, sob a influência do anticiclone. A precipitação será muito escassa, surgindo pontualmente no litoral da Região Norte. Ainda assim, os períodos nublados abundarão pelo país fora. Com esta situação em perspetiva, espera-se uma descida das temperaturas noturnas, com provável formação de gelo e geadas, e uma subida das diurnas.