Um “cemitério” estelar no céu: veja as espetaculares imagens dos restos de uma supernova que explodiu há 11.000 anos

A captura feita pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, mostra os remanescentes de uma enorme supernova que explodiu há 11.000 anos na constelação de Vela. Eis as espetaculares imagens do “fim de vida” da estrela maciça.

Sabe o que acontece a uma estrela maciça quando atinge o seu final de vida? Pois bem, veja por si próprio nas belíssimas imagens compiladas no vídeo partilhado aqui na Meteored. Nele é possível observar uma pequena, mas muito complexa porção dos remanescentes da supernova Vela. Nesta morte estelar explosiva pode-se simultaneamente observar a natureza violenta, mas bela deste fenómeno.

De acordo com um comunicado emitido pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, siglas em inglês), este evento dramático ocorreu há cerca de 11.000 anos, quando uma estrela maciça da constelação de Vela entrou na fase de supernova. Durante este violento acontecimento, a estrela terá brilhado tão intensamente que podia ser vista durante o dia.

A captura, feita a 20 de novembro do ano passado pela OmegaCAM de 286 milhões de píxeis do VLT Survey Telescope, instalado no Observatório Paranal do ESO - Chile - permite observar o material expelido pelo evento e a matéria remanescente. O registo deslumbrante e pormenorizado dos remanescentes da supernova Vela revela nuvens de poeira interestelar e gás, pontuadas por estrelas azuis brilhantes em primeiro plano.

Ainda segundo o ESO, a OmegaCAM é capaz de captar imagens através de vários filtros, sendo que cada um permite ao telescópio observar a luz emitida numa cor distinta. Para captar esta imagem, foram utilizados quatro filtros, representados por uma combinação de magenta, azul, verde e vermelho.

supernova
Um remanescente de supernova é constituído por materiais deixados para trás por uma gigantesca explosão de uma estrela numa supernova.

O que é uma supernova?

Uma supernova é uma grande explosão estelar, que assinala geralmente a morte de uma estrela de grande densidade. Quando estas violentas explosões ocorrem, o brilho da estrela aumenta centenas de milhões de vezes em apenas alguns dias e é libertada energia em quantidades extraordinárias, podendo atingir cerca de 10 biliões de vezes a luminosidade do Sol no seu máximo.

Segundo explica o portal do Centro Ciência Viva do Algarve, existem dois possíveis caminhos para este fim: ou uma estrela maciça pára de gerar energia de fusão no seu núcleo, colapsando para dentro sobre a força da sua própria gravidade, ou uma anã branca pode acumular material de uma estrela companheira até que atinge uma massa crítica, ocorrendo uma explosão termonuclear. Em qualquer caso, a explosão de supernova resultante expele muito do ou a quase totalidade do material estelar com grande força.

Para a Astronomia, as supernovas dividem-se em duas categorias, tendo em conta os seus espectros e a sua luminosidade.

Enquanto as supernovas do tipo I ostentam uma grande luminosidade - de aproximadamente 10 biliões de luminosidades solares - e sofrem uma morte gradual, as do tipo II possuem um máximo de luminosidade mais baixo, que ronda 1 bilião de luminosidades solares, e morrem sempre de uma maneira muito mais rápida.

Fritz Zwicky (1898-1974) e Walter Baade (1893-1960) atribuíram o nome supernova a novas estrelas encontradas na nossa e em outras galáxias.


Referências da notícia:

ESO. A stellar graveyard in the sky. 2023.

Centro Ciência Viva do Algarve. Remanescentes de supernovas. 2022