Tsunami no Mediterrâneo pode estar ao “virar da esquina”

Uma falha tectónica e a consequente atividade sísmica podem estar na origem de um tsunami devastador para os países do Mediterrâneo Oeste. Mas como poderia isso acontecer? Que potencial destruidor pode acarretar? Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Tsunami.
Imagem exemplificativa do impacto e do poder destrutivo que um maremoto pode ter, em particular na linha de costa.

Como é sobejamente conhecido, os tsunamis, ou maremotos, acontecem devido ao movimento súbito do fundo marinho. Este movimento repentino, associado geralmente a falhas tectónicas, pode gerar ondas de várias dimensões e com diversos impactos na linha de costa.

No que toca aos tipos de falhas, as mais comuns (normal e inversa) são as geralmente responsáveis pelos tsunamis, no entanto, as falhas de deslizamento ou desligamento também podem desempenhar um papel importante na ocorrência destes eventos, um papel que deve ser tido em conta na reavaliação dos sistemas de aleta precoce de tsunami.

É (...) importante que os sistemas que monitorizam os sismos, conjugados com os sistemas de alerta de tsunami, possam alertar a população para a ocorrência destes eventos, de forma rápida e eficaz, de modo a minimizar o risco de vítimas mortais.

É precisamente no Mediterrâneo Ocidental, na massa de água que divide a Península Ibérica do Norte de África, que uma falha de desligamento (segundo a classificação de Anderson) pode produzir um evento com bastante potencial destrutivo, podendo afetar milhões de pessoas que residem em áreas costeiras.

A possível libertação de energia acumulada nessa falha pode gerar um tsunami com ondas que podem chegar aos 6 metros, e que afetarão áreas densamente povoadas da Península Ibérica, nomeadamente toda a costa mediterrânica de Espanha. Gibraltar, passando por Málaga, Almería e Cartagena, chegando mesmo a Alicante, Benidorm e Calpe, são alguns exemplos de cidades de maior dimensão que podem sofrer alguma devastação.

Perigo histórico e o futuro

É nesta área do Mar Mediterrâneo, também conhecida como Mar de Alborão, que a falha de Averróis mantém historicamente alguma atividade sísmica. É nas áreas costeiras da Andaluzia, que milhares de turistas, tanto europeus como de outros continentes, aproveitam para disfrutar de agradáveis períodos de férias, sendo, assim, a área da Europa que recebe o maior número de turistas ao longo do ano.

Na Idade Média, ou mesmo em períodos anteriores, há indícios dos efeitos de alguns tsunamis nas cidades de Málaga e Adra (próxima de Almería). Contudo, a densidade populacional desta área, atualmente, implica um conjunto de cuidados a ter, tanto pelos cidadãos como pelas autoridades de proteção civil.

No caso desta falha (e deste potencial evento) há uma possibilidade de o fundo marinho se movimentar qualquer coisa como 5,4 metros. Uma movimentação desta dimensão pode provocar o maior grau de destruição nas localidades costeiras de Adra, Balanegra, Balerma e Almerimar.

É assim importante que os sistemas que monitorizam os sismos, conjugados com os sistemas de alerta de tsunami, possam alertar a população para a ocorrência destes eventos, de forma rápida e eficaz, de modo a minimizar o risco de vítimas mortais.