Gladys Mae West: o génio por detrás do GPS

Pioneira na ciência, Gladys Mae West, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do GPS, uma tecnologia que hoje orienta milhões de pessoas em todo o mundo. Fique aqui a saber mais!

Gladys Mae West durante décadas, permaneceu quase invisível, apesar de ter contribuído para uma das tecnologias/ferramentas mais utilizadas no nosso dia-a-dia: o GPS. A história esta cientista é um exemplo notável de perseverança, rigor científico e dedicação, que só muito recentemente começou a receber o reconhecimento merecido.

Mae West nasceu em 1930, na Virgínia, nos EUA, onde cresceu numa comunidade rural marcada por fortes desigualdades raciais e económicas. A sua família trabalhava sobretudo na agricultura e, desde cedo, a jovem percebeu que o estudo seria o caminho para uma vida diferente.

Dentro do ramo das ciências, a matemática sempre a fascinou, sobretudo a lógica, a precisão e a forma como os números podiam explicar fenómenos complexos do mundo real.

Da universidade ao trabalho na ciência

A oportunidade para mudar de vida surgiu quando ganhou uma bolsa para estudar no Virginia State College. Num tempo em que mulheres, especialmente mulheres negras, tinham poucas oportunidades nas ciências, Gladys destacou-se pela excelência académica.

Depois da licenciatura em Matemática, prosseguiu para o mestrado, alimentando o desejo de trabalhar em investigação.

"Gladys Mae West representa a força da persistência e do talento discreto, aquele que transforma o mundo sem exigir reconhecimento. Segundo a Britannica."

Em 1956, entrou para o Naval Proving Ground, uma base da Marinha norte-americana, onde começou a trabalhar como programadora e analista de dados.

Nesta era dos computadores gigantes e cartões perfurados, Gladys dedicava-se a calcular órbitas de satélites e a desenvolver modelos matemáticos extremamente complexos. Era um trabalho exigente, repetitivo, mas que ela encarava com uma disciplina rigorosa.

O seu contributo para o GPS

O mais importante trabalho de Gladys West surgiu com o desenvolvimento do Modelo Geodésico da Terra.

Tratava-se de definir com precisão a forma real do planeta, que não é uma esfera perfeita, para permitir uma localização exata à superfície.

Este modelo tornou-se fundamental para a evolução do sistema GPS, hoje utilizado em telemóveis, automóveis, aviões, navios e inúmeras aplicações científicas e comerciais.

Mulher cientista — Gladys Mae West, encontra-se reformada desde 1998 e, hoje com 95 anos, continua a viver na Virgínia e a inspirar novas gerações, dedicando-se sobretudo a promover a educação e a incentivar jovens a seguirem carreiras na ciência e na matemática.

Embora integrasse uma equipa, o seu talento era evidente. Ela desempenhou um papel crucial na interpretação dos dados enviados pelos satélites e na construção dos algoritmos que permitiram tornar o GPS uma tecnologia fiável e global.

Trabalho distante do olhar público

Como muitos cientistas ligados a instituições militares, Gladys não podia divulgar o que fazia. Para além disso, a sociedade nem sempre valorizava o contributo de mulheres negras na ciência e tecnologia.

Foi apenas em 2010 que o seu nome começou a ganhar destaque. Em 2018, foi introduzida no Hall of Fame da Força Aérea dos EUA como uma das figuras essenciais para o desenvolvimento do GPS.

A partir daí, tornou-se um símbolo inspirador para jovens mulheres que desejam seguir carreiras em áreas redirecionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática.