As abelhas gigantes asiáticas e a incrível forma de afugentar predadores!

As abelhas gigantes asiáticas constroem grandes colmeias para proteger as suas crias. Estas estruturas exteriores, além de servirem de abrigo para as crias das abelhas, são utilizadas de uma maneira feroz para afugentar os predadores. Descubra aqui como!

No vídeo abaixo, gravado na Ásia, deparamo-nos com uma espécie de surpreendente “cortina” exterior formada por abelhas que “brilha” para assustar os predadores. Esta camada externa de abelhas, da espécie Apis dorsata, nativa do Sudeste Asiático, Malásia, Indonésia e Austrália, protege as vulneráveis crias que permanecem no interior da colmeia. A abelha gigante asiática Apis dorsata forma colónias maciças de colmeias que normalmente ficam penduradas num ramo de árvore ou em beirais de edifícios.

Embora colónias inteiras migrem regularmente, cientistas descobriram num estudo publicado em 2000 que, as colónias progenitoras podem regressar ao local original de nidificação, mesmo após uma ausência de 2 anos. Contudo, a forma como as abelhas o fazem continua desconhecida, dado que as trabalhadoras só vivem durante algumas semanas.

As abelhas gigantes asiáticas cozinham literalmente os seus invasores, se estes conseguirem aterrar no seu ninho.

Para se protegerem da ameaça dos seus predadores, de que forma operam as abelhas gigantes? A maioria das espécies de abelhas evita vespas e vespas-gigantes ao nidificar em cantos e fendas, mas fazer ninhos ao ar livre obrigou as abelhas gigantes a desenvolver novas estratégias defensivas.

Curiosamente, para as vespas, cinquenta centímetros parece ser a distância suficiente usada pelas abelhas, mas as aves justificam uma ação a distâncias muito maiores. Numa experiência realizada, as abelhas gigantes libertaram centenas de defensores quando um papagaio apareceu a cerca de 20 metros de distância.

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Quando se trata de vespas e vespas-gigantes, as abelhas gigantes utilizam uma tática chamada "heat-balling", caso algum invasor consiga realmente aterrar no ninho. Um bando de abelhas agarra e envolve o intruso e começa a vibrar os músculos das asas. O zumbido energético aquece os corpos das abelhas até 45 ºC, uma temperatura inofensiva para elas, mas letal para as vespas. As abelhas usam as suas asas para literalmente cozinhar o intruso (e algumas espécies podem mesmo asfixiar as vespas até à morte).

Por último, existe uma feromona – Nasonov - que é libertada pelas abelhas operárias gigantes para as estimular a permanecerem juntas. Esta feromona serve para orientar as abelhas que regressam para a colónia, para encontrarem a entrada da colmeia.

O odor libertado pela feromona espalha-se quando as abelhas levantam os abdómens, possuidores de glândulas Nasonov, e ventilam as suas asas. É libertado pelas flores de modo a que as outras abelhas saibam que flores têm néctar.

A feromona Nasonov também pode ser produzida sinteticamente para atrair um enxame de abelhas para uma colmeia desocupada. A glândula Nasonov foi descrita pela primeira vez em 1882 pelo zoólogo russo Nikolai Viktorovich Nasonov.