Será que finalmente descobrimos o nono planeta do sistema solar?

Astrónomos acreditavam que um misterioso nono planeta está escondido na borda do nosso sistema solar. E descobriram evidências potenciais da sua existência.

E se um nono planeta estivesse escondido a dezenas de biliões de quilómetros do nosso Sol?

Uma equipa de astrónomos anunciou recentemente que descobriu um potencial candidato ao título de nono planeta do sistema solar. No entanto, a comunidade científica continua cética sobre isso.

Um nono planeta?

Desde a descoberta do planeta Neptuno em 1846, o último gigante gasoso localizado a 4,5 biliões de quilómetros do Sol, a ideia de que outro planeta gigante se esconde na borda do sistema solar ganhou força na comunidade científica.

De facto, astrónomos observaram variações estranhas nas órbitas de Urano e Neptuno, os planetas número 7 e 8 no nosso sistema solar, variações que acredita-se serem causadas por outro corpo maciço a orbitar a nossa estrela ainda mais distante.

Embora Plutão tenha sido descoberto algumas décadas depois, em 1930, a sua baixa massa estava longe de ser suficiente para influenciar as órbitas dos dois gigantes gasosos.

Então, já faz muitos anos que os astrónomos têm vindo a vasculhar o céu a tentar encontrar esse famoso planeta número 9, localizado a biliões de quilómetros do Sol. Entretanto, até ao momento, e apesar dos avanços científicos, nenhum telescópio conseguiu detetar esse famoso planeta hipotético.

Isso é tão ilusório que muitos investigadores hoje permanecem cautelosos sobre a própria existência de um Planeta 9, encontrando outras teorias físicas para explicar as variações nas órbitas de Neptuno e Urano. Entretanto, nenhuma dessas teorias obteve até agora apoio unânime na comunidade científica.

Evidências da sua existência finalmente descobertas?

Uma equipa de astrónomos anunciou recentemente a descoberta deste famoso planeta número 9. De facto, eles detetaram o seu traço entre os sinais infravermelhos adquiridos pelos telescópios Iras e Akari há décadas.

Os cientistas compararam dois levantamentos infravermelhos do céu feitos com 23 anos de diferença e identificaram um objeto cujo movimento de longo prazo poderia corresponder ao de um planeta muito distante a orbitar o Sol.

Em 2021, o astrónomo Michael Rowan-Robinson já tinha identificado um possível candidato a partir de dados do satélite IRAS da NASA registados em 1983, mas nenhuma outra investigação confirmou a presença desse objeto desde então. No entanto, a equipa de astrónomos teria encontrado este famoso objeto ao comparar as imagens de Iras e Akari, este último tendo-se deslocado 47,4 minutos de arco em 23 anos, um movimento orbital lento consistente com o esperado de um objeto tão distante.

Este objeto seria, portanto, ainda maior que Neptuno, orbitando a uma distância impressionante de 280 a 1.120 UA (Unidades Astronómicas) do Sol, ou uma distância de 100 biliões de quilómetros! Entretanto, os resultados deste estudo já são alvo de controvérsia, pois os parâmetros orbitais deste novo candidato são precisamente extremos demais para corresponder ao hipotético planeta 9.

Segundo muitos investigadores, o sinal infravermelho identificado pode ser devido a ruído nos dados ou a outro tipo de objeto em movimento, como uma estrela, um simples asteroide ou até mesmo uma galáxia ainda mais distante. Por isso, os investigadores por detrás desta descoberta esperam verificar a sua hipótese através de futuras observações nessa direção e de novas tecnologias, como o Observatório Vera-C-Rubin, inaugurado no mês passado no Chile.

Referência da notícia

Un mystérieux signal aux confins du Système solaire intrigue les astronomes : planète 9 ou simple illusion?. 05 de maio, 2025. Morgane Gillard.