Vaga de calor afeta o Este da Ásia

Temperaturas anormalmente elevadas para a época estão a afetar algumas regiões do Leste da Ásia. Esta situação impressionante acontece na reta final do inverno no Hemisfério Norte e pode ter consequências a vários níveis. Fique a saber tudo connosco!

Cidade proibida, Pequim.
Uma das principais atrações turísticas da cidade de Pequim assiste ao pôr do sol de um dia primaveril, como aconteceu no passado domingo.

No passado fim de semana, grande parte do continente asiático bateu recordes de temperaturas máximas, à medida que uma massa de ar quente atravessou o continente. A referida massa de ar começou a afetar áreas do Médio Oriente e do Mar Negro durante a semana passada, tendo avançado pela Ásia Central até atingir, durante o fim de semana, o Leste da China e a Península Coreana (Coreia do Sul).

Esta anomalia climática é uma das que se tem verificado nas últimas semanas, por todo o planeta. Enquanto partes dos Estados Unidos da América estão a experienciar temperaturas extremamente baixas, devido à ação de uma massa de ar frio polar, com especial incidência no estado do Texas, o continente asiático bateu recordes de temperaturas máximas.

Por outras palavras, a China, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul registaram as temperaturas mais elevadas de sempre, para esta época do ano.

Por oposição, a região russa da Sibéria continua a registar temperaturas muito baixas (habituais para a época), sendo que entre estas duas massas de ar (frio subpolar e quente subtropical) “corre” uma fortíssima corrente de jato na direção Oeste – Este.

Os efeitos desta onda de calor vão continuar a sentir-se durante esta semana, pelo menos até sexta-feira, principalmente nos países já mencionados.

As temperaturas elevadas, na China e na Península da Coreia

Como já foi referido, esta anomalia do estado do tempo incidiu com particular relevância em áreas densamente povoadas do Leste do continente asiático. A capital da Republica Popular da China, Pequim, registou no domingo passado (21/02) a temperatura máxima mais elevada para o mês de fevereiro desde que há registos: 20,8 °C. O anterior recorde, tinha sido registado em fevereiro de 1996, 19,8 °C.

Logo no dia seguinte, segunda-feira (22/02), os termómetros atingiram os 25,6 °C. Ou seja, cerca de 5.8 °C acima do recorde estabelecido em 1996. Assim, o recorde de temperatura máxima foi quebrado em dois dias consecutivos, sendo que foi a primeira vez na história que os termómetros superaram os 20 °C na capital chinesa.

Assim, é essencial que a população adote um estilo de vida saudável, uma alimentação equilibrada, com a ingestão repetida de líquidos (quentes ou frios), preferencialmente água.

É ainda importante salientar que esta temperatura, 25,6 °C, é cerca de 20 °C superior à que é considerada a temperatura normal para fevereiro e para a época do ano. Em Pequim, para este mês, a temperatura média é de apenas 4 °C. O resto do país acompanhou esta tendência e nas regiões mais a Sul verificaram-se temperaturas que variaram entre os 28 e o 30 °C.

As estações meteorológicas de Anyang e Hefei, no centro da China, registaram no domingo temperaturas máximas de 28,8 °C e 28,7 °C, respetivamente. No mesmo dia, no Sul do país, a estação meteorológica de Longzhou e a de Cao Bang já no vizinho Vietname registaram 29,5 °C.

Na Península coreana, o passado dia de domingo também se tornou histórico devido ao valor elevado das temperaturas máximas registadas. Segundo a Agência Meteorológica da Coreia do Sul (KMA, na sigla em inglês), a temperatura máxima chegou aos 24,9 °C na estação meteorológica instalada na cidade de Pohang, superando o anterior recorde de fevereiro de 2004 (24,5 °C).

Efeitos das anomalias de temperatura

Estas anomalias relacionadas com o calor podem ter efeitos nefastos na saúde da população afetada. Enquanto a região mais a Este da China e a Península da Coreia, duas áreas densamente povoadas, quebravam os recordes das temperaturas máximas durante o dia, ao anoitecer o cenário era diferente já que as temperaturas mínimas caíam a pique, para valores próximos dos 0 °C (em algumas regiões para valores negativos).

Segundo alguns especialistas, estes valores de amplitude térmica podem, por exemplo, interferir na incidência de doenças respiratórias. O corpo humano pode apresentar algumas dificuldades em adaptar-se a diferenças significativas de temperatura, aumentando a incidência de doenças como a rinite, a sinusite, a asma e as infeções respiratórias. Está ainda em estudo a relação entre estas anomalias e a transmissão do coronavírus SARS-CoV2, conhecido como COVID-19.

Assim, é essencial que a população adote um estilo de vida saudável, uma alimentação equilibrada, com a ingestão repetida de líquidos (quentes ou frios), preferencialmente água.