O perigo de extinção de civilizações persiste na atualidade?

Na história da humanidade, a sociedade actual representa o papel mais fácil de desempenhar: o conhecimento e avanço tecnológico, permite-nos a oportunidade de aprender com o passado, e enfrentar os desafios com maior capacidade para os ultrapassar.

Os erros cometidos no passado deveriam ser balizadores das acções presentes, uma vez que estas condicionam o futuro.

Vivemos uma Era, em que, as cíclicas alterações nos padrões climáticos do planeta que habitamos, são cada vez mais perceptíveis à escala da existência humana, o que implicitamente, impõe desafios à continuidade da vida tal como a conhecemos.

Começa a ser cada vez mais premente assumir escolhas, gerir decisões e delinear objectivos para fazer face, de modo inteligente, e com eficiência, a toda uma panóplia de desafios, para os quais, juízos errados, poderão representar a diferença entre o fim e a continuidade.

A sociedade actual tem a missão de resolver problemas “actuais” como, a destruição dos habitats naturais e inerente redução da biodiversidade biológica, a sobrepesca nos rios e oceanos, o empobrecimento e contaminação dos solos, o iminente colapso da disponibilidade de recursos fósseis face à capacidade de resposta às necessidades de uma demografia em crescendo (sobrepopulação?) e à dramática e perigosa redução da disponibilidade de água potável. Um dever de responsabilidade, que visa garantir, para os nossos descendentes, o único lugar habitável no sistema solar.

As regiões mais ricas, como os EUA e a Europa, tendem já a transformarem-se em “fortalezas virtuais” para impedir a chegada de migrantes.

O que corremos risco de enfrentar

São cada vez mais frequentes as notícias de migrações climáticas, assim chamadas porque nos países de partida, os cenários de improdutividade dos solos, de escassez de água e por inerência a fome, forçam a busca por melhores condições de vida e segurança (cada vez mais, perigosamente, os recursos que começam a escassear ficam sob domínio de poder armado), o que pode representar perigos em termos de segurança nacional, considerando que os futuros conflitos ocorrerão por uma questão de sobrevivência – sendo esta a necessidade basilar que caracteriza (também) o instinto da raça humana.

As marés, com ondas de barcos carregados de imigrantes, são já um “delicado” problema. Se a este cenário, for adicionada a predictabilidade do aumento (nos EUA e Europa) em mais de 30%, dos dias com temperaturas superiores a 32⁰C, a economia será determinantemente afectada. A irregularidade nos regimes pluviométricos, assim como, os episódios de secas e de ondas de extremos de calor, levarão o caos à agricultura e pecuária.

É previsível que “mega-secas” afectem “os celeiros do mundo” (centro oeste norte-americano, e centro este europeu), locais onde se calcula sejam frequentes e fortes, os episódios de vento, o que acelerará a erosão do solo e a sua improdutividade.

O contínuo aumento demográfico (particularmente na China), e a inerente demanda por alimentos, assim como regiões no sul da Ásia (como o Bangladesh) que se tornarão quase inabitáveis devido à elevação do nível do mar, o qual, contaminará os recursos de água doce, personificarão cenários que tornarão as “diplomacias” menos diplomáticas.

Parece surreal perspectivar

Num planeta com cerca de um bilião e trezentos e sessenta milhões de kmᵌ de água, fazendo o paralelismo com uma garrafa PET de 1,5Lt, proporcionalmente, a quantidade de água doce disponível seria o equivalente a uma única e insignificante gota! Num futuro breve, a molécula H₂O será um artigo de luxo, e no presente, assustadoramente, a humanidade parece viver alheada do perigo dessa probabilidade!