Megatsunami por erupção vulcânica em La Palma, ocorreria em Tenerife!

Porque poderia o megatsunami ocorrer em Tenerife? Quão altas foram as ondas de um megatsunami neste lugar do planeta há milhares de anos atrás? As respostas estão nesta notícia que preparámos para si.

Niño con perro frente a ola gigante
De acordo com investigações publicadas em 2017 e 2021, o megatsunami associado à erupção vulcânica na Ilha La Palma ocorreria em Tenerife.

No meio de tanta informação que circula sobre a erupção vulcânica em La Palma, é necessário recorrer às evidências científicas. Porque a questão que atormenta os meios de comunicação social é onde estará o megatsunami previsto para as Ilhas Canárias? Para responder a esta pergunta, vamos "mergulhar" em duas investigações que chegaram a conclusões semelhantes.

O primeiro estudo foi publicado em 2017 pela revista Nature Communications. Aqui é mencionado que as falhas gigantes e maciças, dos vulcões de escudo oceânico que geram tsunamis, representam um perigo potencial de grande magnitude, mas de baixa frequência. Somado a isso, é difícil inferir os mecanismos e as dinâmicas que os controlam.

A equipa de investigação documentou os depósitos de tsunami em alta altitude, de até 132 metros, nas encostas do noroeste de Tenerife, Ilhas Canárias. Isto representou uma nova evidência de um megatsunami gerado pela falha do flanco do vulcão. Algo relevante é que as análises dos depósitos mostram que dois tsunamis significativos atingiram a costa de Tenerife há cerca de 170.000 anos.

O primeiro tsunami foi gerado durante a fase submarina de uma falha retrógrada no flanco norte da ilha. O segundo ocorreu após a avalanche de detritos e incorporou pedra-pomes de uma erupção contínua de formação de ignimbrito (rocha piroclástica). O acoplamento entre uma falha massiva e uma grande erupção explosiva representa um novo tipo de evento vulcano-tectónico nos vulcões de escudo oceânico. Assim, são um novo cenário de perigo.

Para o segundo estudo, passaremos a junho de 2021, data em que foi publicado pela revista GeoHazards. As evidências dos deslizamentos de terra nos flancos vulcânicos que formam as Ilhas Canárias, incluem vestígios de deslizamentos de terra e depósitos de avalanches de rochas e detritos.

Por sua vez, a equipa científica menciona que a entrada repentina de grandes volumes de massas rochosas no mar pode ter desencadeado tsunamis. Estes tsunamis provavelmente arrastaram materiais e fauna, tanto da costa como do fundo do mar. Para posteriormente depositá-los no interior.

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Neste segundo estudo, foram apresentadas novas evidências geológicas e dados geocronológicos de cinco megatsunamis que ocorreram em Tenerife, Lanzarote e Gran Canaria. Estes megatsunamis foram causados por gigantescos deslizamentos de terras nos flancos das ilhas e, ocasionalmente, por erupções vulcânicas durante o último milhão de anos.

A excecional conservação dos depósitos de megatsunami, e a grande superfície que ocupam em Tenerife, permitem gerar hipóteses sobre a origem e a idade destes eventos oceânicos. Alturas de tsunami até 290 metros, acima do nível do mar foram estimadas com base em dados sedimentológicos, geomorfológicos, paleontológicos e geocronológicos.

Em resumo, ambos os estudos apontam para o facto de as erupções vulcânicas terem gerado mais megatunamis em Tenerife do que nas outras ilhas. Portanto, os esforços de prevenção devem também ser dirigidos a esta parte das Ilhas Canárias. É imperativo considerar as evidências científicas, especialmente agora que estamos a meio de um processo de mudança.