Elevadas temperaturas obrigam ao "confinamento climático" em alguns países asiáticos

Alguns países vêem-se obrigados a tomar medidas drásticas a devido às elevadas temperaturas que se têm vindo a registar nos últimos tempos. Fique saber mais aqui!

Confinamento climático
Bangladesh, Filipinas e Índia encerram escolas, uma medida governamental devido ao impacto das alterações climáticas.

De acordo com uma notícia avançada pelo Hoffpost, as temperaturas extremas provocadas pelas alterações climáticas estão a fazer com que alguns países, sobretudo asiáticos, tomem medidas drásticas como "confinamento climático" através do encerramento de escolas e a recomendação para os cidadãos se refugiem em casa para se protegerem do calor.

Segundo o climatologia Maximiliano Herrera, a Ásia, em abril, viveu a sua pior onda de calor da história, inclusive, alguns países como as Filipinas, o Bangladesh e a Tailândia já começaram a implementar estas medidas para proteger a população dos recordes de temperatura.

Em Manila, a capital das Filipinas, o termómetro atingiu os 38,8 °C. Com temperaturas tão elevadas e a iminência de uma greve geral dos transportes, o Departamento de Educação das Filipinas anunciou a suspensão das aulas presenciais em mais de 47 000 estabelecimentos de ensino, passando as aulas para sessões virtuais.

“Não há verdadeira educação nas escolas neste calor punitivo. Os professores não conseguem ensinar, os alunos não conseguem concentrar-se. Pelo contrário, as nossas vidas estão em risco”,

Hena Khan, aluna.

Em fevereiro e março a região já havia sofrido devido ao calor, com os marcadores a ultrapassar os 30 ºC, bem acima da média sazonal. No Bangladesh, também afetado por temperaturas sufocantes de 42 °C, foi igualmente tomada a decisão de encerrar as escolas em todo o país.

A Ásia está a aquecer mais rapidamente do que a média global. A tendência de aquecimento quase duplicou desde o período de 1961-1990.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a Ásia é a região do mundo mais afetada pelos efeitos das alterações climáticas, com um aumento acelerado das temperaturas. Atribui esta condição às alterações climáticas induzidas pelo homem e ao El Niño (fenómeno climático caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico).

Confinamento climático maciço

Para além do encerramento das escolas, vários países instaram os seus cidadãos a permanecer em casa para evitar os riscos associados ao calor extremo.

O confinamento maciço refletiu-se no aumento da procura de eletricidade, que atingiu níveis recorde em países como a Tailândia, onde os recursos elétricos estão a ser escassos.

A OMM apelou ainda aos governos para que o horário escolar volte ao que era antes da pandemia de covid-19, para que os alunos tenham férias durante os meses mais quentes, e quer que as escolas construam salas mais resistentes.

Temperaturas extremas
A Ásia é a região do mundo mais afetada por desastres relacionados com o clima no ano passado, com inundações e tempestades a causar o maior número de vítimas e perdas económicas.

As escolas e empresas precisam também de encontrar formas de se adaptarem ao aquecimento global, incentivando as pessoas a usarem roupas mais largas e confortáveis e alterando os seus horários para que todos possam ir para o trabalho ou para a escola, quando as temperaturas são menos intensas.

A especialista em alterações climáticas Rose Perez, ex-chefe da agência meteorológica das Filipinas, aconselhou as pessoas a ficarem mais atentas aos sinais de alerta precoce dos governos para as temperaturas extremas e se manterem hidratadas. Além disso, sugeriu que as empresas concedam períodos de descanso aos trabalhadores expostos ao clima.

Consumo de água e eletricidade afetados

Mas, além de mudar a rotina das populações, o calor intenso está a afetar a agricultura local, devido à diminuição do abastecimento de água. Na Indonésia e no Vietname, a produção de arroz, um alimento básico para os habitantes, tem sido fortemente afetada.

No entanto, esta não é a primeira vez que os governos tomam medidas extremas devido às condições climáticas adversas. Na Colômbia, face a uma seca histórica, foi decretado um dia de folga no setor público para reduzir o consumo de água e eletricidade.