Depressão Ciarán: chuva, neve, vento intenso e forte agitação marítima. Eis as regiões de Portugal mais afetadas

A Depressão Ciarán não vai atingir Portugal continental diretamente, mas produzirá um grande temporal. Eis os impactos previstos e as regiões do país que poderão ser mais afetadas.

A Depressão Ciarán não vai atingir Portugal continental diretamente, mas a sua presença será bem notada na nossa geografia ao produzir por cá um temporal de grande impacto.

Prevê-se a passagem de uma superfície frontal fria associada a Ciarán entre o final da tarde desta quarta-feira (1 de novembro) e em boa parte do dia de quinta, 2 de novembro, sobretudo durante o período que compreende a madrugada e a manhã.

Impactos da Depressão Ciarán em Portugal continental

Entre os vários impactos que provocará na nossa latitude são esperados períodos de chuva fraca a moderada, pontualmente forte e às vezes sob a forma de aguaceiros. As acumulações mais expressivas deverão ocorrer nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e em particular a oeste da Barreira de Condensação, destacando-se o Minho (distritos de Viana do Castelo e Braga) e o Douro Litoral (distrito do Porto).

Além da precipitação, que assumirá um carácter algo persistente nas próximas 18 a 36 horas, o nosso país estará exposto a um poderoso temporal de vento e mar. Estes serão, aliás, os elementos climáticos com maior protagonismo associados à passagem indireta da Depressão Ciarán pelo nosso país.

Outros distritos geograficamente próximos também receberão quantidades generosas de água, tais como os de Aveiro, Vila Real e Viseu (nestes últimos destaca-se a metade ocidental dos mesmos). A precipitação deverá chegar às regiões mais meridionais do país - a sul do acidente geográfico supracitado - mas de uma maneira mais irregular e dispersa, e por isso com menor intensidade e frequência.

Depressão Ciarán; vento; Portugal
A passagem indireta da Depressão Ciarán por Portugal continental irá fazer-se sentir sobretudo através de dois elementos climáticos: o vento forte e a agitação marítima agreste.

O vento soprará moderado a forte de Oes-Sudoeste produzindo rajadas intensas de até 80 km/h na faixa costeira ocidental - sobretudo a norte do Cabo Carvoeiro - e de até 100 km/h nas terras altas do Norte e do Centro.

Comportamento defensivo e de prevenção perante o mar e neve à vista em serras do Norte e Centro

Quanto à agreste agitação marítima, a ondulação de noroeste chegará a 8 ou 10 metros de altura na faixa costeira ocidental - Avisos Laranja e Vermelho já em vigor para quinta (2) e sexta (3) - durante o pico da passagem de Ciarán pelo Atlântico e pelos países mais afetados por esta depressão (Ilhas Britânicas, França, Espanha e Portugal), podendo atingir 14 metros de altura máxima. Não se descarta que pontualmente possa ultrapassar os 14 metros.

Recomenda-se uma postura defensiva e um comportamento de prevenção, evitando passeios junto à linha de costa, bem como um seguimento atento dos avisos meteorológicos oficiais e dos alertas da Proteção Civil (ANEPC).

Por último, realce-se a possibilidade de neve acima dos 1000 metros de altitude. Espera-se que a combinação do ar marítimo polar em altitude com a precipitação origine queda de neve nalguns pontos de Portugal continental. Os cumes das serras do extremo Norte e do Centro da geografia do Continente poderão assim ficar “vestidos” de branco. Não obstante, as acumulações deverão ser pouco significativas (2 cm).

Outra ciclogénese explosiva no Atlântico poderá percorrer um caminho semelhante ao de Ciarán

A partir de sábado, 4 de novembro, quase 48 horas após a passagem indireta da Depressão Ciarán, prevê-se que uma nova tempestade percorra um trajeto muito semelhante à de Ciarán pelo Atlântico, rumo à Europa. Não deverá atingir Portugal continental diretamente, mas uma vez mais, o nosso país estará exposto aos efeitos desta nova depressão, ainda por nomear.