Chegou Alex, o primeiro ciclone tropical da temporada no Atlântico

Apenas três dias após começar a temporada de furacões no Atlântico, que se prevê bastante ativa, é possível que assistamos ao nascimento do primeiro ciclone tropical: Alex. Quando é esperado? Que áreas serão mais afetadas? Contamos aqui.

Primeiro ciclone tropical temporada 2022
Furacão Florence (Categoria 4, 2018) visto a partir da Estação Espacial Internacional.

A temporada dos furacões no Atlântico deu o pontapé de saída esta semana, e irá terminar a 30 de setembro. Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), esta temporada será muito mais ativa do que o normal, com 13 a 15 sistemas previstos, dos quais, 6 a 10 se tornarão furacões. Metade destes poderão ser "majors" (categoria 3 ou superior na Escala de Saffir Simpson, com ventos sustentados de mais de 176 km/h).

O NHC tem vindo a informar há dois dias que o antigo Invest 91L, e agora denominado Potencial Ciclone Tropical #1, poderá tornar-se durante os próximos dias o primeiro furacão da temporada no Atlântico. Saliente-se que estes são os remanescentes do furacão Agatha, que atingiu Oaxaca (México) há alguns dias atrás.

O sistema de baixa pressão está situado no Golfo do México, com ventos sustentados de 64,82 km/h, uma pressão mínima de 1003 hPa e está a deslocar-se na direção nordeste a 19 km/h. Segundo a agência, este sistema tem uma probabilidade muito elevada de aumentar de intensidade e tornar-se o primeiro ciclone tropical da temporada no Atlântico. Se assim for, o seu nome será Alex.

Alex poderá "nascer" na Flórida

Segundos os modelos de previsão, espera-se que o potencial ciclone tropical aterre na península da Flórida durante a tarde, podendo mesmo emergir para o Atlântico já como um ciclone tropical, avançando para nordeste para o norte das Bahamas no domingo, e a norte das Bermudas no final de segunda-feira.

Após a sua passagem pela Flórida, espera-se que o sistema desenvolva um centro bem definido e se fortaleça, aproximadamente durante o resto do fim de semana e no início da próxima semana, onde se situaria sobre a parte ocidental do Atlântico Norte.

Fenómenos meteorológicos associados

O sistema deixará à sua passagem ventos fortes, chuva, marés de tempestade e até mesmo algum tornado. À medida que o ciclone se for intensificando, o mesmo acontecerá com os fenómenos meteorológicos associados.

Chuva

O potencial ciclone tropical continuará a produzir fortes chuvas nas próximas horas no noroeste das Bahamas, em Los Cayos, no sul da Flórida e na Flórida Central. A precipitação poderá causar inundações repentinas e urbanas consideráveis, pelo que existe um risco significativo de deslizamentos de terra.

Vento

A curto prazo, espera-se que o sistema continue a comportar-se como uma tempestade tropical, isto é, com ventos entre 63 e 118 km/h em torno do seu centro.

Maré de tempestade

A combinação de uma maré de tempestade com as condições próprias das marés fazem com que as áreas próximas da costa fiquem completamente inundadas. Se a ondulação máxima coincidir com a maré alta, o nível do mar poderá subir cerca de um metro na extremidade noroeste das Bahamas.

As inundações associadas às marés de tempestade dependem do momento relativo da ondulação e do ciclo das marés, e podem variar muito em curtas distâncias.

Tornados

Durante o dia de hoje, há também a possibilidade de alguns tornados se formarem a sul da península da Flórida e em Los Cayos.

Rumo à Europa?

Devido à sua intensificação no Atlântico Norte durante o fim de semana, é aconselhável prestar atenção às atualizações dos organismos oficiais. No caso hipotético de se deslocar por todo o Atlântico de oeste para leste, tal como o nosso modelo projeta atualmente, poderia aproximar-se do continente europeu, embora já como um ciclone extratropical ou com algumas características subtropicais ao interagir com algumas ondas, embora a incerteza seja ainda muito elevada.