Ações do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas de colaboração a nível global que correram bem em 2023

As alterações climáticas têm provocado um aumento da frequência e da intensidade dos fenómenos extremos, mas, apesar das medidas para combater as alterações climáticas não terem sido até agora suficientes, alguns avanços se têm dado.

Ciclone tropical
Os fenómenos extremos têm sido cada vez mais frequentes.

O ano 2023, ano mais quente de que há registo, foi um ano difícil, mas também foi um ano em que ocorreram alguns avanços positivos para mitigar os efeitos das alterações climáticas.

UNDP em 2023

O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, UNDP, publicou algumas das ações que correram bem em 2023, tanto no âmbito das alterações climáticas, como no âmbito da colaboração entre países.

As más notícias são difíceis de evitar. As notícias de um planeta em rápido aquecimento, dos conflitos e das desigualdades são cada vez mais frequentes. Mas, apesar dessas notícias alarmantes, ainda há muitas razões para ter esperança e até mesmo otimismo. Estes estados de espírito são vitais se quisermos continuar a lutar por um mundo mais sustentável, mais seguro e mais justo.

Desflorestação da Amazónia

Refletindo mudanças na vontade política, uma aplicação mais forte da legislação ambiental e o trabalho incansável de inúmeras organizações, especialmente os guardiões indígenas da região, que demonstram repetidamente que têm o conhecimento e o compromisso de liderar a proteção dos ambientes naturais, em 2023 a desflorestação da Amazónia diminuiu drasticamente em comparação com o ano anterior.

A Amazónia, que é um tesouro de biodiversidade, representa mais de metade da floresta tropical do mundo e tem de ser preservada.

Como parte de um dos Programas UNDP, 132 países estão a receber apoio para preparar estratégias nacionais, com objetivos que podem mudar o mundo, como a proteção de 30% da terra e 30% das áreas oceânicas até 2030.

Energia solar

Em 2023 foram feitos progressos para acabar com a nossa dependência dos combustíveis fósseis. A energia alternativa, em particular a solar, está a ganhar terreno, impulsionada pelos preços que caíram 93% na última década e pelas inovações que a estão a tornar mais acessível, mesmo nas comunidades mais remotas.

Energia solar
A energia solar está a ganhar terreno todos os anos.

Segundo a Agência Internacional de Energia, IEA, prevê-se que a energia solar ultrapasse a capacidade instalada de gás natural em 2026 e a de carvão em 2027.

Na Cimeira Africana sobre o Clima de 2023, líderes africanos determinados decidiram assumir a liderança em matéria de energias renováveis, utilização sustentável dos solos e as mais recentes tecnologias climáticas.

O UNDP está a trabalhar com países e comunidades para expandir o acesso à eletricidade, apoiando simultaneamente a transição para fontes de energia renováveis.

Poluição por plásticos

Outro aspeto que correu bem em 2023 está relacionado com a poluição por plásticos. Dos pontos mais altos aos mais baixos da Terra, das faces das rochas às ondas do mar, os plásticos estão em todo o lado, até nas nossas correntes sanguíneas. Uma melhor conceção, tratados globais e ações comunitárias estão a ser realizadas para a resolução do problema dos resíduos e dos danos para o ambiente.

Poluição por plásticos
O plástico cria graves danos para o ambiente.

O trabalho tem avançado num Tratado global para acabar com a poluição por plásticos nos oceanos e em terra. O projeto atual inclui uma proposta de texto que abrange todas as fases do ciclo de vida do plástico, promovendo uma melhor conceção dos produtos para reduzir a utilização de plástico, melhorar a reciclagem e garantindo uma transição justa para uma economia circular.

Espera-se que as negociações do Tratado estejam concluídas em 2024.

Como exemplo, pode referir-se o Camboja, que é um dos muitos países que estão a tomar medidas contra a poluição por plásticos. O UNDP está a trabalhar com o governo, o setor privado e a sociedade civil para limpar o rio Mekong.