O tempo na segunda quinzena de fevereiro: como poderá ser?

Por agora, o frio intenso não é a tónica dominante em Portugal continental e as tempestades afastaram-se temporariamente. O que nos contam os mapas de previsão para a quinzena do mês? Contamos-lhe tudo aqui!

arco-íris; sol; chuva
Após alguns dias de tempo estável, a reta final do mês de fevereiro pode caracterizar-se pela chegada de mais precipitação.

Os últimos dias tem sido caracterizados por temperaturas mais elevadas do que o normal para esta altura do ano em todo o país. As últimas frentes que nos afetaram encheram os caudais de vários rios, que ao acusarem um volume excessivo, podem galgar as margens e causar problemas. Quanto às temperaturas, poderão continuar a revelar valores anormalmente altos durante os próximos dias e caracterizar grande parte da segunda quinzena do mês. Há que ter em conta que nesta época do ano a incerteza aumenta, e a variabilidade associada a uma corrente de jato enfraquecida com grandes ondulações será importante.

Ao longo da próxima semana, o centro de altas pressões situado sobre o oeste da Europa vai consolidar-se enquanto que um sistema ciclónico muito intenso posicionar-se-á no Atlântico Norte. Portugal e Espanha não serão diretamente atingidos pela tempestade, mas apenas por uma das partes que lhe está associada em sentido ascendente, com contribuição dos ventos oriundos do Atlântico subtropical.

Assim, prevê-se que as temperaturas continuem a revelar valores acima do normal para fevereiro, embora não estejamos sob a égide de um panorama completamente anticiclónico, sobretudo no litoral Norte e Centro, regiões em que o fluxo de vento carregará humidade e deixará alguma precipitação, especialmente nas áreas onde o relevo favoreça a retenção destas massas de ar.

Temperaturas amenas

Com base nas projeções a médio prazo estabelecidas pelo nosso modelo de confiança, o ECMWF, é muito provável que o centro de altas pressões e a circulação de ventos de sudoeste persista sobre esta área da Europa, interferindo bastante com as temperaturas na segunda quinzena do mês. A próxima semana, do dia 15 ao dia 21, vai ser muito temperada em todo o país. Alguns locais vão registar entre 1 ºC a 6 ºC acima da média. O ar gélido de origem siberiana ficará confinado ao leste da Europa. De momento, a ‘Besta de Leste’ que faz notoriamente jus ao nome atribuído, está longe de nos atingir.

Na reta final do mês podem vir a surgir massas de ar frio ou alguma tempestade de grande impacto.

Todavia, existe um elevado grau de incerteza à entrada para a última semana do mês. De acordo com este mesmo modelo, as temperaturas deverão manter-se num registo ligeiramente acima da média de referência, mas com tendência a normalizar-se. Este cenário seria favorável à intrusão de alguma massa de ar frio ou à possível chegada de uma tempestade de grande impacto.

Níveis de precipitação

A presença do centro de altas pressões não impedirá a chegada de chuva a Portugal continental, ainda que na sua maioria, a precipitação se concentre na região Norte e sobretudo no Minho. É certo que estão previstas semanas pouco húmidas, no entanto, a quantidade de precipitação deverá rondar valores próximos à média climatológica. Isto deve-se principalmente à enorme trajetória marítima percorrida pelo fluxo de vento que vai abarcar o nosso país nos próximos dias.

Para a última semana do mês, existem dois cenários possíveis: um estável, com a passagem de uma ou outra frente atlântica; e outro dominado pelas baixas pressões que chegariam até à nossa geografia

Na reta final do mês, a incerteza reside quanto à evolução da precipitação no nosso território. Por um lado, poderemos assistir a um ambiente estável proporcionado pelo centro de altas pressões, somente interrompido pela passagem de alguma frente na linha de costa portuguesa, o que significaria chuva para as áreas mais próximas.

Por outro lado, as altas pressões poderão enfraquecer na nossa latitude, retirando-se para latitudes mais elevadas, dando o aval para a passagem das baixas pressões até à nossa geografia. Nesse sentido, assistiríamos a uma mudança no padrão meteorológico, com chuva a abarcar todo o território e temperaturas variáveis.