Tempo da próxima semana em Portugal: depressão isolada em altitude regressará com mais chuva e trovoada!

Nos próximos dias, a depressão isolada em altitude que está a provocar tempo instável em Portugal entrará pelo Atlântico, mas, em meados da próxima semana aproximar-se-á novamente do nosso país. Quais serão os seus efeitos?

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Último fim de semana de maio será marcado por precipitação, por vezes forte, trovoada e possível queda de granizo. E para a próxima semana, que tempo se prevê para Portugal?

Ao longo deste fim de semana os aguaceiros e a trovoada vão continuar a ser notícia em praticamente todo o território de Portugal continental. Nalgumas regiões as intempéries irão destacar-se ao provocarem chuva localmente forte e noutras originarão estruturas convectivas organizadas, com atividade elétrica abundante e outros fenómenos meteorológicos adversos como granizo de média ou grande dimensão e fortes rajadas de vento (nalguns casos podendo surgir tornados ou downbursts).

Domingo (28) será um dia bastante chuvoso, ao passo que sábado (27) poderia estar particularmente recheado de trovoadas. Este fim de semana será propenso à ocorrência de inundações rápidas e localizadas, bem como à possibilidade de estragos causados por potenciais fenómenos extremos de vento.

Estes fenómenos adversos terão tendência a diminuir de intensidade nos primeiros dias da semana. Continuará a chover, mas os aguaceiros e as trovoadas não se dissiparão, surgindo então de maneira consideravelmente mais dispersa. A depressão isolada em altitude que está agora a condicionar de forma severa o estado do tempo em Portugal continental afastar-se-á gradualmente rumo a oeste nos próximos dias, incorporando-se no Atlântico Norte.

Contudo, o nosso país irá continuar sob a influência de uma grande massa de ar mais frio em camadas altas da atmosfera, posicionada sob Portugal e Espanha. Um robusto anticiclone de bloqueio localizado agora no norte da Europa fará com que esta situação meteorológica persista, estimulando o desenvolvimento de atividade convectiva no nosso país, especialmente onde a humidade o permitir.

Todavia, o percurso desta depressão isolada em altitude não ficará por aqui. A partir de segunda-feira estará muito perto do Arquipélago dos Açores, fragilizada, e onde deverá interagir com uma depressão cavada. Desta forma voltará a adquirir ar frio em altitude na sua circulação. Graças ao “ganho” de ar frio, a depressão isolada em altitude fortalecer-se-á, marchando rumo a leste em direção a Portugal continental.

Neste momento é impossível perceber qual exatamente será o trajeto que irá percorrer, nem a intensidade com que irá surgir, mas é bem provável que, a partir de quarta-feira (31), esta depressão volte a condicionar as condições meteorológicas de Portugal e Espanha, prevendo-se, na consequência disto, um agravamento dos aguaceiros e trovoadas (localmente mais fortes).

Chuva ou aguaceiros bastante irregulares, possível queda de granizo e trovoada localmente forte

Com este provável estado do tempo, resta esperar que ao longo dos primeiros dias da próxima semana (segunda, 29 de maio e terça, 30 de maio) a atmosfera se mantenha instável em grande parte do país, com bastante nebulosidade e aguaceiros e trovoadas fracas a moderadas, com distribuição geográfica irregular e intermitente, mas a poder atingir quase qualquer ponto da nossa geografia continental. Os mais intensos poderiam ocorrer nas Regiões Norte e Centro. Tampouco se descarta queda de granizo.

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Norte, Centro e Alto Alentejo vão acumular, até ao fim de maio, entre 50 e 75 mm de precipitação, podendo, nalguns pontos de Portugal continental ser superado o patamar dos 100 mm.

De acordo com a atual cartografia sinótica, a partir de quarta-feira (31), a depressão isolada em altitude poderá estar muito próxima de Portugal, começará a influenciar o estado do tempo. É provável, assim, que os aguaceiros e trovoada de distribuição irregular continuem e inclusive se agravem, podendo ser localmente fortes e ocasionalmente sob a forma de granizo.

A médio prazo não é possível saber com precisão que regiões poderão ser mais afetadas pelo tempo severo, mas é imperativo que se faça uma monitorização da situação meteorológica à medida que a semana for decorrendo.

Maio despedir-se-á com alguma frescura

Tudo indica que o mês de maio terminaria com temperatura amena a fresca para a altura do ano. Desta forma, os valores de máxima e de mínima continuarão sem alcançar valores de verão mais uma semana. Aliás, a temperatura irá apresentar valores ligeiramente inferior à média climática para a época do ano em praticamente todo o país (anomalia térmica negativa de -1 ºC, sendo de -3 ºC em grande parte de Portugal).

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Na próxima semana, que engloba os últimos dias de maio e os primeiros de junho, prevê-se uma anomalia térmica negativa significativa em grande parte do território de Portugal continental.

Por outro lado, na Região Norte, e em particular no Noroeste (Viana do Castelo, Braga, Porto), bem como em partes dos distritos de Aveiro, Lisboa e na Península de Setúbal, os valores estarão dentro do normal. O mês de maio deverá terminar aproximadamente da seguinte forma: no Norte a máxima não ultrapassará substancialmente os 21 ºC, ao passo que no Centro e Sul oscilará grosso modo entre 22 ºC e 26 ºC (exceção feita à capital distrital da Guarda onde se prevê uma temperatura máxima de apenas 18 ºC).