Como será o tempo na segunda quinzena de maio?

As duas últimas semanas de maio vão alterar a tendência da primeira quinzena, contudo uma crista anticiclónica pouco estável permitirá a chegada de possíveis cavados, esperando-se panoramas distintos entre as diferentes regiões do país. Contamos-lhe mais aqui!

tempo variável; maio; arco-íris; calor; chuva
Segunda quinzena de maio com assimetrias regionais evidentes, tanto quanto à precipitação como quanto à temperatura. Mudanças a caminho, onde serão mais visíveis?

Os últimos dias têm sido relativamente frescos e húmidos em algumas regiões do país. A chegada de frentes a partir do Atlântico, assim como depressões em altitude marcaram uma boa parte da primeira metade de maio. Isto originou episódios de chuvadas, trovoadas e oscilações evidentes das temperaturas, mais frescas do que o habitual um pouco por todo o país, exceto nas regiões mais ao sul onde o calor estival já começa a marcar presença. Aliás, ainda no início desta semana, caiu neve em cotas entre os 1300 e os 1900 metros de altitude, em pontos tão distintos como a Serra do Larouco e a Serra da Estrela. Não obstante, tudo indica que a segunda quinzena do mês vai assumir contornos distintos.

Crista anticiclónica vai trazer mudanças

Ao longo dos próximos dias, a presença de uma crista anticiclónica a oeste de Portugal continental vai originar alterações significativas que, na verdade, já serão percetíveis este fim de semana, com assimetrias regionais excecionais dentro do nosso país. A nebulosidade terá tendência a diminuir, sobretudo no Centro e Sul do país, e a temperatura subirá a pique nessas regiões, onde serão atingidos valores consideravelmente elevados para um mês de maio. Entretanto, na região Norte também o sol aparecerá mais vezes, após este fim de semana. Este panorama deverá manter-se até finais da próxima semana (dias 22 a 24), com influência das altas pressões sobre a grande maioria da Península Ibérica. A continuidade do ar quente em altitude originará uma estabilidade relativamente sólida.

A próxima semana será influenciada pela presença de uma crista anticiclónica, prevendo-se tempo estável e temperaturas elevadas. Ao invés, a última semana do mês, poderá trazer mais situações de instabilidade.

Porém, conforme o mês for decorrendo, o nosso modelo de maior confiança (ECMWF) estima uma situação meteorológica de maior variabilidade, o que provavelmente resultará numa maior mobilidade e oscilação da crista anticiclónica. Deste modo, poderão nascer pequenos cavados ou vales depressionários, a par de possíveis anticiclones de curta duração (em latitudes mais altas), que dariam origem ao bombeamento de frentes e massas de ar fria que chegariam até ao nosso país. A confirmar-se este panorama, a última semana registaria novos episódios de instabilidade bem como mudanças nas temperaturas. Ainda assim, é difícil que a tendência de calor e menos precipitação que o habitual desapareça por completo durante a segunda quinzena em alguns territórios do Centro, e sobretudo, do Sul.


Sem margem para dúvidas, tempo fresco no Norte em contraste com o calor no Sul

A crista anticiclónica, apresentando características de maior mobilidade, ao juntar-se com um fluxo mais forte da corrente de jato das latitudes médias, permitirá a chegada de remanescentes de frentes atlânticas à região Norte e ao litoral Centro de Portugal continental. Os ventos chegarão até cá após uma longa travessia pelo oceano, carregados de ar mais frio por causa da origem polar marítima das massa de ar. Por conseguinte, a nebulosidade e as temperaturas frescas vão continuar a assumir destaque em toda a metade norte bem como no litoral Centro da nossa geografia. A segunda quinzena de maio registará valores normais no resto do país, e inclusive, mais quentes no Sul.

Ao invés, no Sul, as massas de ar provenientes do Atlântico não penetrarão com tanta facilidade. A crista anticiclónica estará assente sobre esta área, o que resultará na manutenção de temperaturas elevadas e pouca nebulosidade na maior parte dos dias, esperando-se em geral, um período seco. Poderá ficar mais fresco eventualmente, mas só a partir dos dias 26-27. Assim, nas regiões do Alentejo, Península de Setúbal e Algarve, se as projeções estimadas pelo ECMWF se concretizarem, a segunda quinzena do mês culminará com valores de temperatura superiores à média para a altura do ano. Porém, como antes referido, nos últimos dias do mês, previsivelmente do dia 27 em diante, a possível chegada de algum vale depressionário, sujeita a um elevado grau de incerteza, poderá amenizar estas anomalias.