Chuva forte e vento nas festas de Natal: até quando durará o temporal?

Uma sequência de superfícies frontais associadas a uma profunda depressão atlântica originou no decorrer dos últimos dias chuva, por vezes forte e persistente, de norte a sul de Portugal continental, com as maiores acumulações no Minho, Douro Litoral e em boa parte da Região das Beiras, assim como em pontos isolados dentro da região do Algarve. Seguramente que esta água foi muito bem recebida pelos agricultores, especialmente no Sul do país, graças à grave seca que esta área sofre há vários meses.

Além disso, o vento também tem sido protagonista com rajadas moderadas, pontualmente fortes, sobretudo nas áreas mais expostas do litoral Norte e nas áreas montanhosas do interior Norte e Centro.

A chuva mantém-se nas próximas horas

A madrugada foi bastante chuvosa na metade oeste do país, com toda a faixa costeira ocidental a ser regada em abundância. Mesmo assim, desde o início da tarde que parou de chover nesta parte de Portugal continental e o céu está agora encoberto, com espaço para algumas abertas. No entanto, a frente continua a progredir rumo a leste e deixará chuva nas próximas horas desta quinta-feira no interior português, sobretudo a sul do rio Tejo, e com especial intensidade no Baixo Alentejo e Algarve.

O estado do tempo manter-se-á bastante ameno e muito húmido no país devido aos ventos ábregos (do Sudoeste), por vezes fortes, que vão arrastar ar subtropical desde o Atlântico. Os Açores, para além dos períodos de chuva ou aguaceiros, continuam com vento de Oeste/Sudoeste muito forte em todas as ilhas. Na Madeira a intensidade do vento é menor, mas os períodos de chuva e o risco de trovoada persistem, para além da agitação marítima que representa perigo para as Ilhas e para o Continente, tanto hoje como nos dias 24, 25 (Natal). Vá consultando as nossas secções de notícias, mapas e avisos meteorológicos.

Natal muito chuvoso em todo o país

Amanhã, sexta-feira, Véspera de Natal, nenhuma região de Portugal continental irá escapar à precipitação intensa, por vezes persistente. As maiores acumulações previstas pelo nosso modelo de confiança serão no Minho, Douro Litoral, Beira Litoral e partes do Algarve. Devido às temperaturas amenas, a neve, em Portugal continental neste Natal de 2021, será residual e dificilmente acumulará, porque mesmo que caia, derrete de imediato.

Mas, é de salientar a possível queda de neve nos pontos mais elevados da Serra da Estrela, bem como a possibilidade, muito remota, de neve que o ECMWF destaca para pontos muito altos e isolados do extremo norte do país. As temperaturas vão variar pouco. Predominará o vento do Sudoeste, com fluxo de Oeste forte nos Açores.

No sábado, dia de Natal, o panorama meteorológico será bastante semelhante ao do dia anterior. Muito nublado e com precipitação abundante em todo o país, especialmente de madrugada e durante toda a manhã e que poderá ser mais forte, persistente e tempestuosa (com risco de ocorrência de trovoada) nas Regiões Centro e Sul. No entanto, a partir da tarde, a chuva dará lugar gradualmente a um regime de aguaceiros.

As temperaturas máximas deverão subir em todo o país. Pelo contrário, as mínimas deverão baixar, mas mesmo assim, apresentarão valores superiores aos normais para a época. Não obstante, nas capitais distritais de Bragança e da Guarda, estará muito frio, com o termómetro a revelar temperaturas noturnas de 5 ºC ou menos. Os ventos do Sul e Sudoeste vão continuar a reinar no país.

No domingo vai chegar outra superfície frontal

Uma superfície frontal associada a uma depressão profunda (poderá ser a depressão Celia) vai atravessar a Península Ibérica no domingo, pelo que vai continuar a produzir-se chuva persistente e intensa no próximo dia 26, de norte a sul de Portugal continental. E de novo, será a metade ocidental do país, a mais afetada por esta situação meteorológica. Poderá também formar-se neblina ou nevoeiro temporário em vales e locais abrigados.

De um modo geral, as temperaturas diurnas vão registar uma pequena subida, e os ventos do Oeste e Sudoeste vão continuar a soprar. A partir de segunda-feira, com a chegada do anticiclone, a tendência será para uma gradual estabilização da atmosfera.