Como evitar que os seus cactos apodreçam: dicas essenciais para a prevenção de doenças
Cuidar de um cacto pode parecer fácil, mas há um pormenor que muitas vezes ignoramos e que acaba por estragar tudo. Estas espécies vegetais podem ser tão nobres como traiçoeiras.

Os cactos são o tipo de plantas que parecem resistir a tudo. São resistentes, não precisam de muita água e decoram qualquer canto. Por isso, muitas pessoas pensam que é impossível que eles morram. Mas não é assim tão simples - o facto de serem resistentes não significa que sejam invencíveis.
De facto, um dos erros mais comuns é assumir que não há mal nenhum em regá-los em demasia. Essa mentalidade já mandou milhares de cactos para o paraíso das plantas. O apodrecimento - sobretudo das raízes - é um dos problemas mais frequentes nestas plantas, e o pior é que muitas vezes só nos apercebemos quando é tarde demais.
Mas nem tudo está perdido - se compreendermos o que os prejudica e como cuidar deles sem cair nos erros típicos dos principiantes, podemos manter os cactos saudáveis durante muitos anos. O truque é prevenir em vez de pensar em curar, e isso começa com o básico: saber como funciona a sua natureza.

Porque sim, mesmo que pareçam ser apenas para decoração e não muito exigentes, os cactos têm certas regras. Não são complicadas, mas é preciso conhecê-las. A boa notícia é que, uma vez compreendidas as suas necessidades, são plantas muito tolerantes.
O inimigo silencioso: rega excessiva e substrato deficiente
A causa número um do apodrecimento é estarmos sempre a regar demasiado - e esse tipo de cuidado excessivo é letal para os cactos. Por muito duro que pareça, é melhor esquecer-se de os regar durante uma semana do que regar quando ainda há humidade. Os cactos foram criados para lugares onde chove pouco, por isso não precisam de água de vez em quando.
O cacto pode parecer bem por fora, mas por dentro já está a apodrecer. Muitas vezes cheira mal ou começa a ficar mole logo na base. Nessa altura, já estamos atrasados. É por isso que é melhor apalpar a terra antes de a regar. Se estiver seco até ao fundo, então sim, regue. Se não, espere.
Também é importante não deixar água parada debaixo do vaso. Nada de pires cheios de água - isso só mantém as coisas húmidas e acelera o apodrecimento. Se tiver regado e vir a água a escorrer, deixe-a escorrer o tempo necessário. Lembre-se: regar bem não é regar muito, é regar quando é necessário.
Outro erro comum é usar terra de jardim normal ou a mesma mistura que usa para outras plantas. Os cactos precisam de um substrato especial. O mais importante é que seja muito bem drenado e não compacte. Uma boa mistura inclui terra para cactos mais perlite, areia grossa ou pedra-pomes.
Uma boa mistura ajuda a água a descer rapidamente em vez de se demorar e encharcar as raízes. Também promove o oxigénio à volta da zona das raízes e isso, para os cactos, é vida. O vaso que se usa também é importante. Os melhores são os de barro não vidrado ou de cerâmica, porque o material “respira”.
Quando comprar um cacto novo, não hesite em replantá-lo se a terra parecer demasiado compactada ou se vier num vaso sem drenagem. Aguarde alguns dias após o transplante antes de regar, e não o faça se os dias estiverem muito frios ou húmidos.
Sol, ar e espaço pessoal
Os cactos são amantes do sol - precisam de luz para se desenvolverem e, se os mantiver num local escuro, é provável que enfraqueçam e se tornem mais propensos a doenças. Um cacto saudável precisa de cerca de 4 a 6 horas de sol direto por dia, dependendo da espécie. Se não o puder fazer, pelo menos coloque-o num local onde haja muita luz natural.
Também precisam de ventilação. Não é a mesma coisa mantê-los num espaço fechado, húmido e sem fluxo de ar do que num espaço onde o ar circula. Quando o ar não circula, a humidade fica retida e isso é um terreno fértil para os fungos. Por isso, se estiverem dentro de casa, abra as janelas ou coloque-os num local onde o ar não fique abafado.

Outro pormenor importante é não as amontoar. Por vezes, por uma questão de estética, colocamo-las lado a lado, mas isso impede-as de secar corretamente após a rega e torna mais difícil detetar problemas. Dê-lhes espaço para que possam respirar.
Um cacto que está a apodrecer não lhe envia mensagens de texto, mas envia sinais. Se vir descoloração, manchas moles ou um mau cheiro, algo está errado. Outro sinal é inclinar-se ou tombar facilmente. Isso acontece quando as raízes já não estão saudáveis e perdem a aderência ao solo.
Quando notar algo estranho, não hesite em verificar a base e as raízes. Se estiverem pretas, moles ou mal cheirosas, corte todas as partes afetadas com uma faca limpa. Depois, deixe a ferida secar durante vários dias antes de voltar a plantar. É melhor perder uma parte do que o cacto inteiro. E se não for possível salvá-lo, pode ser possível salvar uma parte saudável.
Muitos cactos morrem devido a “demasiado amor” - fertilização constante, rega ou mudanças frequentes. Na jardinagem, por vezes, menos é mais. Eles não precisam de fertilizante a toda a hora e, se o usar, certifique-se de que é específico para cactos e apenas durante a época de crescimento. Nada no inverno.
Parecem conselhos de cuidados muito básicos, mas muitas vezes esquecemo-nos do óbvio. O segredo é a paciência: não o afogar em afeto ou água, e dar-lhe apenas o que ele precisa. Não existe uma fórmula mágica, mas com luz, ar, um bom substrato e rega moderada, pode desfrutar de um jardim repleto de cactos durante muito tempo.