Cereais e oleaginosas. Sovena ganha concessão do Terminal de Granéis Alimentares de Palença por 40 anos

O Terminal de Granéis Alimentares de Palença, em Almada, passará a servir a Sovena, que vai lá investir 43 milhões de euros, garantindo uma ligação direta à unidade fabril do grupo alimentar para a receção e expedição de cereais e oleaginosas por via marítima.

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O Terminal de Granéis Alimentares de Palença (TGAP) é um terminal de serviço público, que movimenta granéis sólidos e granéis líquidos.

O Terminal de Granéis Alimentares de Palença (TGAP) é um terminal de serviço público, que movimenta granéis sólidos e granéis líquidos. Tem capacidade para receber navios graneleiros da categoria dos PANAMAX e uma boa capacidade de armazenagem, estando conectado com unidades industriais de extração de sementes.

O terminal receciona granéis alimentares de importantes regiões produtoras, como o Mar Negro (Roménia), a América do Sul (Brasil) ou a América do Norte (EUA e Canada). É especializado na receção de oleaginosas, que transforma nas suas unidades extrativas para a produção de óleo vegetal e biodiesel.

Os produtos transformados e os subprodutos são igualmente expedidos através desta instalação marítima. Esta infraestrutura é considerada “essencial” para a transformação industrial de soja, colza e girassol, fornecendo matérias-primas e expedindo produtos como óleos, farinhas e biodiesel.

Concessão por 40 anos

Em termos de acessibilidades rodoviárias, o acesso faz-se pela estrada de Palença ao IC20 com ligação à A1 e A2 e, pela via marítima, tem boas acessibilidades à barra do Porto de Lisboa, através do canal principal de navegação do Estuário do Tejo.

Na última semana, a Administração do Porto de Lisboa e a Sovena Oilseeds Portugal anunciaram publicamente a formalização de um contrato de concessão de uso privativo deste Terminal, em Almada, pelo prazo de 40 anos, assegurando “a continuidade e modernização de uma infraestrutura crítica para o setor agroalimentar nacional”.

Recorde-se que o terminal está situado na margem esquerda do rio Tejo e junto à unidade industrial da Sovena. Receberá agora um investimento global de 43 milhões de euros, destinado à modernização de infraestruturas portuárias, à aquisição de novos equipamentos, aumento da capacidade de armazenagem e à implementação de soluções ambientais inovadoras.

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O Terminal de Granéis Alimentares de Palença, em Almada, tem boas acessibilidades à barra do Porto de Lisboa, através do canal principal de navegação do Estuário do Tejo.

A par disto, a renovação da concessão do terminal “permite salvaguardar e reforçar mais de 60 postos de trabalho diretos e manter um centro logístico e industrial vital para a economia da região”, revelam a Administração do Porto de Lisboa e a Sovena Oilseeds Portugal em comunicado conjunto.

“Este contrato de concessão com a Sovena representa um marco estratégico para o Porto de Lisboa, ao assegurar a continuidade de uma operação portuária especializada e totalmente integrada com o setor industrial”, assume o presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa.

Carlos Correia realça que “estamos a falar de um investimento robusto, com forte impacto económico, social e ambiental, que reforça a posição do porto como facilitador de cadeias logísticas do setor agroalimentar nacional”.

Diz, ainda, que “esta parceria é também exemplo do caminho que queremos seguir: um porto cada dia mais moderno, eficiente e ambientalmente sustentável, ao serviço da economia real”.

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O terminal em Almada receciona granéis alimentares de importantes regiões produtoras, como o Mar Negro (Roménia), a América do Sul (Brasil) ou a América do Norte (EUA e Canada).

Por sua vez, Jorge de Melo, CEO da Sovena, não tem dúvidas de que “a concessão do Terminal de Granéis Alimentares de Palença é muito relevante para a nossa estratégia ao reforçar a eficiência logística, a sustentabilidade e a competitividade industrial da Sovena”.

O empresário CEO da Sovena diz que esta aposta representa também “um sinal claro da confiança e do papel fundamental que esta colaboração desempenha na promoção do investimento e na criação de valor para o país”. Jorge de Melo destaca, aliás, “o espírito de cooperação que marcou todo este processo entre a Sovena e a Administração do Porto de Lisboa, que permitiu chegar a uma solução partilhada e ambiciosa para a modernização de uma infraestrutura essencial ao setor agroalimentar nacional”.

Este novo contrato reflete “um compromisso de longo prazo com a estabilidade regulatória e o investimento industrial”. Em cima da mesa estão 43 milhões de investimento previsto e que permitirá “um aumento da produtividade e eficiência logística da Sovena”, que é um dos maiores grupos agroindustriais portugueses e fica agora dotado de “condições operacionais modernas, sustentáveis e competitivas até 2065”.

Novas tecnologias de movimentação de carga

O TGAP passará a operar em regime de uso privativo, com uma ligação direta à unidade fabril da Sovena para receção e expedição de cereais e oleaginosas por via marítima.

Está prevista ainda a introdução de novas tecnologias de movimentação de carga, digitalização dos processos operacionais e reforço dos sistemas de segurança e rastreabilidade, em conformidade com os regulamentos do Código Internacional para a Proteção de Navios e Instalações Portuárias.

O terminal manterá “operação contínua e dedicada”, reforçando a sua posição como um “hub logístico eficiente e resiliente”.