Tempestades: Como se formam relâmpagos e trovões?

Em Portugal, depois das tempestades que ocorreram, importa perceber como se formam as tempestades na atmosfera, o que são relâmpagos e trovões e quanto tempo duram. Dê asas à curiosidade pela Ciência para aprender um pouco mais sobre estes fenómenos atmosféricos. 

Os trovões são ondas sonoras geradas pelo movimento de cargas elétricas na atmosfera.

Em março, as tempestades que assolaram Portugal foram verdadeiramente impactantes causando surpresa e admiração entre os Portugueses. Do ponto de vista científico, como se processa a formação de relâmpagos e trovões na atmosfera?

No mundo científico sabe-se que a eletrificação das nuvens ocorre devido às colisões das partículas de gelo existentes acumuladas no seu interior. Isto não exclui a possibilidade dos efeitos resultantes da diferença de condutividade elétrica do gelo se deverem a diferenças de temperatura no interior da nuvem. Quando se dão colisões, as partículas de gelo perdem eletrões, transformando-se em iões o que acaba por tornar a nuvem eletricamente carregada.

As partículas possuem tamanho variado e, de acordo com as medições efetuadas por sondas meteorológicas, as menores e mais leves apresentam carga positiva e as maiores e mais pesadas, conhecidas como granizo, apresentam carga negativa. Fatores climáticos e físicos como ventos, temperatura e força da gravidade fazem com que cargas do mesmo sinal se concentrem em regiões específicas da nuvem.

O que são Trovões?

Os trovões são ondas sonoras geradas pelo movimento de cargas elétricas na atmosfera. Devido ao aumento da temperatura do ar nas áreas da nuvem por onde o raio passa, os trovões podem ser perigosos especialmente nos locais próximos da sua ocorrência. Formam-se através do aquecimento do canal principal durante a subida da descarga de retornoreturn stroke”. Pode atingir temperaturas elevadíssimas, entre os 20.000 ºC e os 30.000 ºC, apenas em 10 microssegundos (o que corresponde a 0,00001 segundos). O cálculo da duração dos trovões baseia-se na diferença entre as distâncias do ponto mais próximo e do ponto mais afastado do canal do relâmpago ao observador. Podem durar em média entre 5 e 20 segundos.

O ar aquecido expande-se gerando dois tipos de ondas: um que se caracteriza como uma violenta onda de choque supersónico, com uma velocidade várias vezes superior à velocidade do som no ar. Nas proximidades do local de queda o som é inaudível para o ouvido humano. A segunda, sendo aquela que conseguimos ouvir, é uma onda sonora de grande intensidade que se ouve por distâncias maiores. Os meios de propagação dos trovões são o solo e o ar. A onda sonora do trovão possui frequência, medida em Hertz, que varia de acordo com o meio, sendo maior no solo. 

As partículas maiores e mais pesadas, conhecidas como granizo, possuem carga negativa.

A velocidade do trovão também varia com o local onde se propaga. O relâmpago acontece sempre antes do trovão porque a velocidade da luz é mais rápida do que a do som no ar. Aquilo que ouvimos é a combinação de três momentos de propagação da descarga no ar: o primeiro, um estalido curto gerado pelo movimento da descarga de retorno no ar. De seguida, um som intenso e de maior duração que o primeiro estalido resultante da entrada ou da saída da descarga no solo e, por último, a propagação de sons graves pela atmosfera à volta do canal do relâmpago. Por esta razão, torna-se bastante perigoso estar próximo ao local de queda de um relâmpago.