Seria Marte mais bonito do que a Terra no passado? Pensa-se que sim

Devido a novas evidências, cientistas da NASA defendem que Marte era um planeta ainda mais bonito do que a Terra no passado, antes de se tornar desértico, frio e árido. O que terá acontecido que levou a tamanha transformação? Contamos-lhe mais aqui!

Marte; planeta vermelho
Outrora Marte foi como a Terra. As evidências encontradas em antigos lagos e riachos provam-no. Então, o que terá transformado Marte?

Os cientistas afirmam que Marte era um planeta húmido com água líquida depositada em crateras profundas, e rios que serpenteavam através do seu terreno recortado há vários milhares de milhões de anos. Acredita-se que o Planeta Vermelho tem uma atmosfera espessa com topos de montanhas que perfuram o céu, o que é diferente de qualquer montanha na Terra.

Contudo, Marte tornou-se um mundo desértico, frio e árido, com uma atmosfera fina e sem água à vista. É por isso que os cientistas enviaram missões através de rovers e orbitadores em Marte para estudar as relíquias do passado deste antigo planeta.

Porque os cientistas acreditam que Marte era mais bonito do que a Terra?

Os cientistas têm procurado desesperadamente qualquer sinal de vida “desaparecida” em Marte nos últimos anos. Uma das mais famosas cientistas da NASA, a Dra. Becky McCauley, lançou um vídeo no qual expõe a possível história trágica de Marte que o tornou naquilo que é hoje. A investigadora afirma que Marte era como a Terra há 4,5 mil milhões de anos, tendo em conta as evidências encontradas em lagos e riachos que outrora estavam presentes no Planeta Vermelho.

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De acordo com McCauley, Marte era "mais húmido e mais quente" do que a Terra e estava recheado de lagos e oceanos quando o universo primeiramente se formou há milhares de milhões de anos. Quando o Sistema Solar surgiu, Marte era um pequeno irmão da Terra porque ambos os planetas se formaram a partir dos mesmos elementos.

Além disso, o estudo de Marte irá ajudar os cientistas a aprender sobre como a Terra e outros planetas no Sistema Solar evoluíram. As manifestações da vida na Terra progrediram com o movimento das placas tectónicas, mas a atividade geológica de Marte parou, perdendo a sua própria água congelada à superfície e tornando-se um planeta seco.

Entretanto, a NASA confirmou que nos primórdios de Marte existia um ambiente quente, com material orgânico e água líquida que poderia ter tornado possível a vida no planeta. Estas descobertas foram possíveis devido à ajuda do rover Curiosity, que mostrou que existem pistas sobre a história de Marte que os próximos rovers podem vir a desenterrar das rochas ou da atmosfera.

Afinal, o que terá transformado Marte num planeta seco?

Os cientistas acreditam que um grande evento deve ter acontecido em Marte há vários milhares de milhões de anos que terá contribuído para as alterações climáticas do planeta vermelho, tornando-o seco, desértico e sem água corrente. Investigadores da NASA’s Mars Atmosphere and Turbulent Evolution (MAVEN) revelam que a maior parte da atmosfera de Marte perdeu-se rumo ao espaço. Descobriram que 65% do árgon da atmosfera marciana se dissipou pelo espaço.

Como o árgon é um "gás nobre" constante, não pode reagir quimicamente e não pode ficar aprisionado nas rochas; o único processo que pode “empurrar” gases nobres para o espaço é um processo físico chamado pulverização catódica, através do vento solar.

Tendo determinado a quantidade de árgon perdida por pulverização catódica, esta informação pode ser usada para determinar a perda pelo mesmo processo de outros átomos e moléculas, tal como o dióxido de carbono (CO2).

Na pulverização catódica, os iões captados pelo vento solar podem atingir Marte a alta velocidade e derrubar fisicamente o gás atmosférico para o espaço. A equipa localizou o árgon porque este só pode ser removido pela pulverização catódica. Uma vez determinada a quantidade de árgon perdida por pulverização catódica, poderiam utilizar esta informação para determinar a perda por pulverização catódica de outros átomos e moléculas, incluindo dióxido de carbono (CO2).

Assim, tendo em conta esta possibilidade, o facto de não possuir uma atmosfera estável, também levou à remoção da água líquida que potencialmente suportaria a vida em Marte. Evidências de leitos secos de rios e minerais mostram que o clima marciano era muito diferente no passado do que é hoje.