Celebrando Marina Silva como Defensora e Preservadora da Floresta Amazónica do Brasil

Quem acreditaria que a floresta amazónica brasileira iria registar uma redução da desflorestação de 66% em agosto de 2023, em comparação com o mesmo mês do ano passado? Bem, Marina Silva acreditou e ajudou a torná-lo realidade.

Marina Silva e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
A ministra do Meio Ambiente e Alterações Climáticas do Brasil, Marina Silva, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Crédito: Marina Silva

A Nature publicou a sua Nature's10 a 13 de dezembro, uma lista que celebra nove humanos influentes e, neste caso, um não-humano, que ajudaram a moldar a ciência em 2023. A Ministra do Ambiente e das Alterações Climáticas do Brasil, Marina Silva, foi escolhida como um dos 10 influentes, sendo apelidada de "protetora da Amazónia" pela prestigiada revista científica.

De seringueira a "protetora da Amazónia"

Originária do Acre, na Amazónia, Marina Silva, ex-seringueira, superou vários desafios, inclusive a perda de familiares, para chegar ao cargo de Ministra do Meio Ambiente e Alterações Climáticas do Brasil. Órfã aos 16 anos, procurou tratamento para hepatite em Rio Branco, onde fez estudos religiosos e universitários sob a orientação das irmãs Servas de Maria Reparadora.

A determinação de Silva facilitou-lhe a alfabetização e a obtenção de um diploma de História pela Universidade Federal do Acre. Foi co-fundadora da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no início dos anos 80 com Chico Mendes, ativista ambiental e líder sindical. Apesar do assassinato de Mendes em 1988, Silva persistiu na sua atividade, acabando por se tornar a mais jovem senadora eleita do Brasil, aos 35 anos de idade, em 1994.

Silva alcançou um sucesso notável como Ministra do Meio Ambiente após assumir o cargo em 2003. Apesar de ter cumprido dois mandatos como presidente e de ter deixado o cargo em 2011, Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao governo em 1 de janeiro de 2023, com Marina Silva a dirigir novamente o Ministério do Ambiente.

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Marina Silva liderou a formulação do Plano de Ação para a Prevenção e Controlo da Desflorestação na Amazónia Legal (PPCDAm) durante o seu primeiro mandato, o que resultou numa diminuição de 83% da desflorestação entre 2004 e 2012. No entanto, o governo Bolsonaro desmantelou muitas dessas proteções, levando a um aumento de 60% na exploração madeireira na Amazónia. Silva reativou o programa PPCDAm, restabeleceu as regulamentações ambientais e testemunhou um aumento de 147% nas multas por crimes ambientais de janeiro a julho.

De acordo com Silva, os alertas de desflorestação diminuíram 43% com base em dados de satélite da floresta amazónica recolhidos ao longo de 7 meses (entre janeiro e julho de 2023). Este declínio substancial nos alertas em comparação com os alertas registados durante o mesmo período em 2022 enfatiza o poder dos esforços contínuos da Ministra Silva para proteger a preciosa floresta tropical do Brasil.

Salvaguardar as florestas do mundo

Na COP28 (realizada em Dubai), Silva anunciou o lançamento do fundo Tropical Forests Forever. Este fundo implica a atribuição de 250 mil milhões de dólares anuais em pagamentos diretos e específicos a cada local aos países, com base na extensão das florestas que estes protegem, em vez de associar os pagamentos a reduções calculadas das emissões.

Além disso, o banco de desenvolvimento do Brasil introduziu o Arco da Restauração, uma iniciativa de 200 milhões de dólares destinada a reabilitar áreas degradadas da floresta amazónica até 2030.