Trolls: criaturas místicas que "vivem" nas áreas mais remotas da Noruega

É verdadeiramente fascinante como vários marcos históricos na Noruega são influenciados por estes monstros da mitologia norueguesa. As lendas dos trolls têm séculos, estão gravadas em vários contos populares noruegueses, passando de geração em geração, e o primeiro registo escrito de trolls foi feito no livro "Edda em prosa", do século XIII.

Acredita-se que os trolls noruegueses são criaturas humanoides míticas que vivem em rochas isoladas ou cavernas, sozinhos ou em pequenas famílias e que são hostis aos humanos. Segundo as lendas dos trolls, acredita-se que são seres maus e perigosos e preferem a natureza selvagem.

O que se conta hoje em dia, nesse país gelado, é que as torres de alta tensão nas regiões montanhosas foram instaladas pelo governo norueguês com o objetivo de delimitar as áreas de acesso restrito aos Trolls. Uma forma de mantê-los longe dos humanos.

Mas qual a sua aparência?

Na literatura nórdica, apareceram com várias formas, e uma das mais famosas teria orelhas e nariz enormes.

Nesses contos também lhes foram atribuídas várias características, como a transformação dessas criaturas em pedra, quando expostas à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvirem o badalar dos sinos das igrejas. São também descritos como criaturas nada inteligentes, mas muito trabalhadoras.

Acreditava-se que dominavam a arte da ilusão e eram capazes de mudar de forma e de comer vorazmente tudo o que se lhes deparasse. Embora geralmente retratados como extremamente antissociais e cavernosos, os Trolls também eram descritos como pais protetores e carinhosos.

Os Trolls conseguem mudar de cor e até ficar invisíveis, e os seus esconderijos favoritos na Noruega são as cavernas nas regiões montanhosas, as florestas e as grutas subterrâneas. As árvores também são bem apreciadas por eles.

Mitologia Nórdica

Na vasta mitologia nórdica e mesmo no folclore escandinavo, são encontradas várias menções sobre os Trolls. Alguns são gigantes, outros são anões, e alguns até têm mais do que uma cabeça, mas uma semelhança na aparência é o seu aspeto monstruoso. Uma vez que a maioria das lendas nórdicas foram transmitidas de boca em boca, é difícil apontar a origem dos trolls na história.

De acordo com o mito dos Trolls, existem dois tipos de trolls: o Trogre, que se parecia com ogres gigantes e eram chamados jotun (ou jotul) nos contos folclóricos noruegueses. Estas criaturas malignas eram contra os Deuses e estão ligadas às origens ou ao próprio Universo.

Quando o cristianismo foi introduzido, presumiu-se que os Trogres se tinham tornado inimigos da Igreja e dos adoradores. Até atacaram os sacerdotes e destruíram todos os locais de culto. Na história dos trolls, eles são lendas etiológicas. Isto explica a formação de montanhas, lagos, crateras, e rochas.

Por outro lado, os Troblins, eram considerados trolls escandinavos com personalidades maiores do que o seu tamanho. Embora preferissem estar isolados, presume-se que tenham sido sociais dentro das suas comunidades e que também formassem famílias.

Trolltunga

Um dos marcos mais icónicos da Noruega, Troll's Tongue, ou Trolltunga. Trolltunga é uma formação rochosa única localizada a 1097 metros acima do nível do mar. A formação tem apenas pouco mais de 10.000 anos e é um dos penhascos mais cénicos e espetaculares da Noruega, pairando 700 metros acima do lago Ringedalsvatnet.

Diz a lenda que Trolltunga recebeu o nome de uma criatura mítica troll que estava confiante de que não se transformaria numa rocha, depois de ter sido exposta ao sol. A falésia domina os vales da região de Hardangervidda e está rodeada de cumes montanhosos que ultrapassam os 1500 metros de altitude.

Para além deste local, existem outros ainda onde se podem encontrar os Trolls. Um deles é o Trollveggen (a parede do Troll) e o outro o Trollstigen (o caminho do Troll), e o melhor de tudo: a caverna mais extensa do país também é temática e chamada de Trollkirka (igreja do Troll).

Serão apenas lendas os Trolls? Ninguém sabe!

A certeza que se tem é a de que eles continuam a ser uma parte integrante da cultura norueguesa, através das gerações em histórias, nomes de referência, figuras norueguesas e são muito amados pelos turistas que passeiam pelo Ártico.