Quais são os 6 países responsáveis pelo "continente de plástico"?

O "continente de plástico", também conhecido como o "vórtice dos resíduos do Pacífico Norte", não pára de aumentar. A meio caminho entre o Havai e a Califórnia, este sétimo continente de plástico, descoberto em 1997 pelo navegador Charles Moore, ocupa agora 1,6 milhões de quilómetros quadrados (três vezes o tamanho da França continental).

Estes resíduos recolhidos poderiam representar uma massa de mais de 80.000 toneladas. Investigadores do Ocean Cleanup Project e da Universidade de Wageningen nos Países Baixos descobriram recentemente, num estudo, que 90% destes resíduos plásticos provinham de apenas seis países! Então, quem são os responsáveis?

Uma maioria de países asiáticos

Para encontrar a origem destes resíduos, os investigadores examinaram 6.000 deles dentro do "vórtice", procurando palavras impressas (para encontrar uma língua reconhecível), símbolos ou logótipos. No entanto, um terço dos resíduos não pôde ser identificado.

O Japão encabeça a lista, sendo responsável por 33,6% dos resíduos identificados. A seguir vem a China (33,3%), seguida da Coreia do Sul (9,9%). Estes três países asiáticos são, portanto, responsáveis por mais de três quartos dos resíduos plásticos analisados e identificados.

Os Estados Unidos vêm em quarto lugar (6,5% dos resíduos), seguidos de Taiwan (5,6%) e do Canadá (4,7%). Sozinhos, estes seis países são os únicos responsáveis por mais de 92% dos objetos identificáveis no continente de plástico. O estudo pode muito bem pôr em causa o papel destes países nesta catástrofe ecológica...

A sobrepesca, um flagelo

Dos objetos identificados pelos investigadores, 26% provinham de equipamento de pesca. Embora as bóias ou flutuadores de plástico representem uma grande superfície devido ao seu tamanho (21% do total), correspondem apenas a 3% dos objetos encontrados.

Os seis países apresentados anteriormente estão regularmente envolvidos em operações de pesca maciça, o que explicaria tanto a sua contribuição como a composição dos objetos encontrados. Os resíduos do "continente de plástico" são, segundo o estudo, "dez vezes mais prováveis" de provir da pesca excessiva do que das atividades em terra.

O problema é que uma vez no mar, os resíduos decompõem-se sob o efeito do sol, correntes e vida marinha, libertando microplásticos. Estes são confundidos com plâncton por alguns animais marinhos, que podem depois sufocar, mas também podem bloquear a luz necessária a algumas plantas. A flora e fauna marinhas estão cada vez mais ameaçadas...