O impacto das alterações climáticas nas regiões costeiras até ao final do século

O impacto das alterações climáticas nas inundações costeiras aumentará cinco vezes ao longo deste século, deslocando milhões de pessoas para outras zonas. Saiba mais aqui!

Zonas costeiras
Com as alterações climáticas as zonas costeiras estão ameaçadas de perda de terreno devido à subida da água do mar.

Muitas regiões de baixa altitude ao longo das costas de algumas zonas do globo podem enfrentar uma grave ameaça de inundação permanente.

Regiões costeiras mais afetadas

De acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, UNDP, e do Laboratório de Impacto Climático, CIL, mantendo-se a atual trajetória de emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera, centenas de cidades altamente povoadas vão estando expostas a um risco acrescido de inundações costeiras.

Regiões da América Latina, de África, das Caraíbas, do Pacífico e os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento estão na linha da frente, prevendo-se que, até ao final do século, tenham perdido terras significativas e infraestruturas críticas devido a inundações permanentes.

As comunidades costeiras de todo o mundo estão em vias de inverter o seu desenvolvimento devido à ameaça de inundações permanentes nas regiões costeiras, que são frequentemente locais de grandes centros sociais e económicos.

Segundo as projeções do UNDP e do CIL, e mantendo-se a atual trajetória de emissões, até 2050, centenas de cidades costeiras altamente povoadas estarão expostas a um risco acrescido de inundações, incluindo terrenos que albergam cerca de 5% da população de cidades costeiras, como Santos, no Brasil, Cotonou, no Benim, e Calcutá, na Índia.

Prevê-se que a exposição ao risco de inundação em cidades costeiras duplique para 10% da população até ao final do século.

Novos estudos indicam que a extensão das inundações costeiras aumentou nos últimos 20 anos em resultado da subida do nível do mar. Isto significa que mais de 14 milhões de pessoas em todo o mundo vivem agora em comunidades costeiras com uma probabilidade anual de inundação de 1 em 20.

Ainda segundo o UNDP e o CIL, prevê-se que, até ao final do século, com as atuais emissões, se expanda esta planície de inundação de 1 em 20 para áreas atualmente habitadas por quase 73 milhões de pessoas.

Prevê-se que, até 2100, o impacto das alterações climáticas nas inundações costeiras atinja cerca de cinco vezes mais população.

Até ao final do século, as projeções indicam que as alterações climáticas irão causar a submersão de uma parte significativa da terra (>5%) em Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e Membros Associados das Comissões Regionais das Nações Unidas, tais como: Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caimão, Maldivas, Ilhas Marshall, Tuvalu e Seychelles.

Emissões
Existem diferentes cenários de emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera

Considerando um cenário de emissões elevadas (resultado provável se a sociedade não fizer esforços concertados para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa), até 2100. aproximadamente 160.000 km2 de terra costeira (uma área maior do que o território da Grécia ou do Bangladesh) seriam inundados. Teríamos, por exemplo, vastas extensões de cidades costeiras inundadas no Equador, na Índia, na Arábia Saudita, no Vietname e nos Emirados Árabes Unidos.

No entanto, num cenário de emissões mais baixas, de forma a limitar o aquecimento a menos de 2oC, prevê-se que 70.000 km2 dessa terra em risco permaneçam acima do nível do mar.