Depressão Miguel atinge Portugal com vento e chuva forte

Depressão Miguel atinge Portugal continental a partir de amanhã. Vamos sentir mais frio, chuva e vento, com particular impacto no litoral Norte. Previna-se!

Para além da precipitação e do vento forte, também a agitação marítima terá uma atividade intensa no litoral Norte de Portugal continental.

Depois de um início de junho verdadeiramente estival, está prestes a atingir-nos uma superfície frontal fria de atividade moderada a forte, como consequência da depressão Miguel, nomeada pelo IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), pela AEMET e pela Météo-France. Chega pela manhã de quinta-feira a Portugal continental. Pelo menos, vai fazer com que nos esqueçamos do tempo anticiclónico e das altas temperaturas que temos vindo a desfrutar nestes último dias.

Para além de Portugal, na sua vertente norte e costeira, também Espanha (Galiza, Astúrias e Cantábria) e o oeste de França (costa atlântica) serão afetados. Esta depressão penetrará o continente através do noroeste peninsular e vai afetar particularmente o litoral Norte e parte do litoral Centro, com vento forte e suas potentes rajadas, agitação marítima intensa e enormes acumulados de precipitação. Estes serão os efeitos mais adversos da sua passagem.

De acordo com o IPMA, a depressão Miguel situa-se a nordeste do arquipélago dos Açores e está em deslocamento numa orientação para este-sueste, rumo à Galiza.

"Associada a esta depressão, está uma superfície frontal fria de atividade moderada a forte, e que deverá aproximar-se do território do continente a partir da manhã de quinta-feira"

Prevê-se para o continente a ocorrência de precipitação, sobretudo nas regiões Norte e Centro, com forte atividade pluviométrica associada no Minho durante a tarde. Os distritos de Viana do Castelo e Braga serão especialmente afetados. O vento também será protagonista do tempo durante a manhã nas regiões Norte e Centro, soprando do quadrante sul com rajadas entre os 75 km/h e os 95 km/h!

Pela tarde, o vento poderá adquirir velocidade e intensidade maiores, superando os 100 km/h no Minho. Note-se também que as áreas marítimas de responsabilidade nacional serão influenciadas pelo tempo tempestuoso, destacando-se um autêntico vendaval e forte agitação marítima. A descida das temperaturas também se vai notar bastante e será generalizada.

Ciclogénese explosiva no oeste peninsular: pouco habitual em junho

Por agora, a ideia de ir à praia e começar o verão em princípios de junho pode esperar, sobretudo no Noroeste Minhoto e no Douro Litoral, bem como na metade norte do litoral da região Centro. A parte setentrional da Península Ibérica, atingida pela chegada da depressão Miguel, viverá um tempo adverso. Trata-se de um fenómeno potente pouco habitual no início do verão climatológico, algo mais característico, por exemplo, das Ilhas Britânicas.

O mais curioso acerca deste centro de baixas pressões é a velocidade com que se está a formar, um processo de ciclogénese muito rápida, com quedas de até 20 hPa em períodos de tempo muito curtos. O modelo de previsão ECMWF estima que a depressão Miguel começará a atuar amanhã, com particular impacto a partir do meio-dia de quinta-feira (6).

A tempestade estender-se-á em princípio até às primeiras horas de sexta-feira, momento em que aparentemente rumará a França. A região Sul de Portugal continental continuará ‘de fora’ quanto à influência desta depressão. Por lá permanecem as altas pressões, céu limpo ou pouco nublado e temperaturas dentro dos valores médios para o período em questão.