De olhos no céu: vêm aí as chuvas de estrelas Táuridas e Leónidas

O mês de novembro oferece-nos a oportunidade de apreciar mais deslumbrantes fenómenos astronómicos tais como as chuvas de meteoros das Táuridas e das Leónidas. Saiba aqui quando e como as observar nas próximas semanas!

Neste mês de novembro os amantes do céu noturno vão poder apreciar mais chuvas de meteoros: as da Táuridas, e com sorte, as das Leónidas.

O outono é uma das épocas do ano mais venerada pelos amantes da Astronomia, especialmente nos meses de outubro e novembro, bastante prolíficos. Até 21 de dezembro, altura em que ocorrerá o solstício de inverno, os acontecimentos astronómicos sucederão em catadupa no céu. Este mês teremos o prazer de ser presenteados por mais duas chuvas de "estrelas”: as Táuridas e as Leónidas.

Quando e como vamos poder apreciar as Táuridas?

Para esta chuva de estrelas, convém desde logo realçar um aspeto: existem duas chuvas de meteoros das Táuridas: as do Sul e as do Norte. É por possuírem radiantes muito próximos entre si, um a Sul e outro a Norte da constelação do Touro, que ganharam este nome. Estão ambas associadas ao cometa 2P/Encke. No entanto, tal como ressalva o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) “é necessário algum cuidado para não confundir os membros de um radiante com o outro”, que também recomenda a observação com recurso ao telescópio.

O pico de atividade máxima das Táuridas do Norte será atingido a 12 de novembro, com apenas 5 meteoros por hora que viajarão pelo céu a uma velocidade de 29 km/s.

O período de atividade e visibilidade de ambas as chuvas de estrelas é muito extenso: a das Táuridas do Sul arrancou a 10 de setembro e terminará este mês, no dia 20, tendo o pico de atividade máxima sido alcançado a 10 de outubro.

Quanto às Táuridas do Norte, o seu início foi mais tardio, no dia 20 de outubro, e o seu final será a 10 de dezembro, com pico de atividade máxima já no próximo 12 de novembro, altura em que registará somente 5 meteoros por hora, que atravessarão os céus a uma velocidade de 29 quilómetros por segundo (km/s). Note-se também, que com frequência, costumam surgir bólides (bolas de fogo) nestas chuvas de meteoros.

Ainda assim, para “saborear” em pleno a sua contemplação, estaremos dependentes de um panorama meteorológico favorável. Evite as noites nubladas e a poluição luminosa, existente nas grandes cidades. Procure lugares com boa altitude, como montanhas, os ideais para ter um horizonte desimpedido e livre para a observação das estrelas.

Tente chegar entre meia hora a uma hora antes do “espetáculo” ter início para que a sua visão se adapte à escuridão. Tenha também em consideração as fases lunares (quarto minguante, crescente, lua nova ou cheia), muito importantes na questão da visibilidade.

Tudo indica que este ano as condições meteorológicas da primeira quinzena de novembro serão favoráveis na maioria das noites em Portugal continental, com presença de céu limpo, perfeito para a observação do céu noturno. No entanto, como decorrerão próximo à fase da lua de quarto crescente, a observação poderá ficar muito condicionada.

E as chuvas de meteoros das Leónidas?

É também neste mês de novembro a altura em que a Terra cruza a órbita do cometa 55P/Tempel-Tuttle. São os fragmentos deste cometa os responsáveis pela chuva de "estrelas" das Leónidas. Tais como os de tantos outros, desfazem-se em “pedacinhos” ao atingir a nossa atmosfera, fazendo nascer o fascinante espetáculo luminoso que tanto nos encanta.

Em 2021 terá lugar entre os dias 6 e 30 de novembro, prevendo-se que atinja o seu pico no dia 17, por volta das 09h30. Ao ser de dia, a sua observação ficará impossibilitada mas, mesmo assim, segundo o OAL, “esta constelação só começa a nascer depois da meia-noite a nordeste, as observações deverão iniciar-se na 2ª metade da noite”.

O nome desta chuva de meteoros nasce dos traços das suas estrelas cadentes nos parecerem sair dum ponto da constelação do Leão - o radiante. Cruzarão os céus, em média, 10 meteoros por hora com uma velocidade de 71 km/s, sendo consideravelmente mais rápidas e produtivas do que as Táuridas.