Barragens e reservatórios estão a chegar ao ponto crítico, em Portugal

A situação de seca em Portugal está a ser uma preocupação em relação à água, visto que, em junho, mais de 67% do continente estava em seca severa e quase 30% em seca extrema. Saiba mais aqui!

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A situação de seca agravou-se entre 2021 e 2022.


Em fevereiro deste ano, o governo lançou na sua página oficial um artigo com algumas medidas a tomar, face a esta escassez de água. Frisaram que as situações que requerem reforço de vigilância são aquelas em que a água se destina a vários usos, nomeadamente ao abastecimento público, que é um uso prioritário.

Foram, então, definidas cotas/volumes de água a partir das quais outros usos podem ficar condicionados, quer seja a produção de energia ou a rega. Desta forma, ficou interdita a produção de hidroeletricidade nas barragens de Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, quando estas cotas fossem atingidas. Assim como, foi cessada a utilização de água para rega, na albufeira de Bravura, visto que 75% da água é utilizada na agricultura e um terço desta é desperdiçada.

Apesar de a agricultura ser extremamente importante, há um desperdício de cerca de 1/3 da água utilizada para a mesma, pelo que, este uso terá de ser mais contido.

Barragens e reservatórios no ponto crítico

Segundo uma notícia publicada no jornal Público: "A falta de água nas barragens tem tornado o país dependente da produção fóssil e das importações espanholas. “É de prever que os próximos meses continuem a ser críticos em termos de recursos hídricos”, diz a EDP."

O Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos afirma que: "Das 60 albufeiras monitorizadas, 8 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 14 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total." Com a falta de previsão de precipitação significativa para os próximos tempos e com as temperaturas que se têm feito sentir, a quantidade de água poderá diminuir ainda mais.

O nível morto - reserva técnica, que fica abaixo dos canos de captação - neste momento, está a afetar a barragem de Campilhas, em Santiago do Cacém (Alentejo), que desceu para 3,8% da sua capacidade total; o Monte da Rocha, perto de Ourique (também Alentejo) que baixou para 12%, e a barragem da Bravura, perto de Lagos, que se encontra a 13.3% da sua capacidade.

A capacidade do Alto Lindoso, é de 15,8% atualmente, quando nesta altura, no ano passado, se elevava a 56,9%, e o Alto Rabagão, que está com 20% de capacidade, no ano passado os níveis de água foram registados a 80%.

Todas as bacias hidrográficas do país estão abaixo da capacidade média dos últimos 30 anos, sendo as áreas mais afetadas o Barlavento (particularmente a parte ocidental do) Algarve, e a área dependente do rio Lima, no alto norte.