Atribuição de nomes a Depressões e a Anticiclones – breve história

Foi a partir do dia 1 de dezembro de 2017 que entrou em vigor o sistema acordado entre os Serviços Meteorológicos de Portugal, Espanha e França de passarem a dar nomes às depressões que provoquem a emissão de Avisos Meteorológicos laranja ou vermelho nos respectivos países. 

Met Office e Met Eireann implementaram com êxito o sistema de atribuir nomes a tempestades que afectassem a região.


Durante o mês de dezembro Portugal Continental foi afectado pela aproximação de duas depressões, uma no dia 10 e outra no dia 26, que provocaram tempo severo. Pela primeira vez nesta região foram atribuídos nomes a estas depressões, que ficaram conhecidas pelas tempestades Ana e Bruno respectivamente.

A partir de 2015 o Reino Unido e a Irlanda implementaram com êxito o sistema de atribuir nomes a tempestades que afectassem a região. Ficou provado que os cidadãos tendem a ter mais cuidados quando as tempestades têm um nome.

O recente acordo que Portugal fez com Espanha e França pretende que o sistema de nomeação seja recíproco com o do Reino Unido e da Irlanda e deste modo os cinco países acordaram numa única lista de nomeações.

Os nomes para as próximas tempestades, época 2018/2019, são os seguintes: Carmen, David, Emma, Felix, Gisele, Hugo, Irene, Jose, Katia, Leo, Marina, Nuno, Olivia, Pierre, Rosa, Samuel, Telma, Vasco e Wiam.

Início da atribuição de nomes aos Centros de Ação

Na Alemanha já existe uma longa tradição em atribuir nomes a depressões e até a anticiclones. Desde 1954, o Instituto de Meteorologia da Universidade Livre de Berlim atribui nomes a centros de ação que influenciam o clima na Europa central.

Começou por atribuir nomes femininos às depressões e nomes masculinos aos anticiclones e foram pré-definidas dez listas de nomes masculinos e dez listas de nomes femininos num total de 260 nomes femininos e 260 nomes masculinos. Quando se esgotavam os nomes recomeçava-se de novo.Na Alemanha já existe uma longa tradição em atribuir nomes a depressões e até a anticiclones. Desde 1954, o Instituto de Meteorologia da Universidade Livre de Berlim atribui nomes a centros de ação que influenciam o clima na Europa central.

Carta de superfície do Instituto de Meteorologia da Universidade Livre de Berlim.

Em 1998, iniciou-se um debate sobre se era discriminação nomear os anticiclones com "bom tempo" com nomes masculinos e as depressões com "mau tempo" com nomes femininos. A questão foi resolvida através de uma resolução que definia dar nomes masculinos às depressões e nomes femininos aos anticiclones nos anos ímpares e vice-versa nos anos pares.

Ainda na Alemanha, em novembro de 2002, nasceu um projecto "Aktion Wetterpate (Adopt-a-Vortex)". Agora, o público tem a oportunidade de se tornar "cliente" e adotar anticiclones e depressões. Foi criada uma lista alfabética de todos os nomes sugeridos pelo público.

Para sugerir um nome (ou adotar um nome) tem de se pagar uma taxa mas com as contribuições dessas taxas tem sido possível manter o “Serviço de Observação de Estudantes" na Estação Meteorológica de Berlim-Dahlem.

Mas pode referir-se que a atribuição de nomes a sistemas meteorológicos iniciou-se na Segunda Guerra Mundial, quando o Serviço Meteorológico Americano começou a identificar tufões no Pacífico com nomes femininos. Deste modo era mais fácil seguir a sua trajectória e distingui-los entre vários centros de ação severos. Este procedimento foi  tão útil e satisfatório que também foi adotado para os furacões no Atlântico. No que diz respeito aos ciclones tropicais atualmente os nomes a atribuir são alternadamente femininos e masculinos.