Tempestade Bram intensifica-se e leva IPMA a emitir avisos amarelo e laranja para Portugal Continental e Madeira

A depressão Bram está associada a uma superfície frontal fria de atividade moderada a forte, integrada numa massa de ar tropical húmido, rica em vapor de água e ligeiramente instável, constituindo o cenário ideal para episódios de precipitação intensa e localmente excessiva.

A tempestade Bram, nomeada pela Met Éireann da Irlanda, está a atravessar Portugal continental ao longo desta terça-feira, 9 de dezembro, impulsionando uma frente fria de atividade moderada a forte que dará origem aos períodos de chuva mais intensos desta semana.

O IPMA acionou avisos amarelos e laranja devido à conjugação de precipitação forte, vento intenso e agitação marítima, destacando que esta depressão transporta uma massa de ar tropical húmido, carregada de vapor de água e com instabilidade suficiente para produzir episódios de chuva muito expressiva em curtos espaços de tempo.

Esta frente desloca-se rapidamente, mas o impacto será significativo até à madrugada de quarta-feira.

Células organizadas trazem aguaceiros fortes durante a tarde

Durante a manhã do dia de hoje (9), a chuva mais intensa atingiu o Norte e o Centro. A partir da tarde, o modelo europeu indica células organizadas capazes de produzir aguaceiros fortes e localmente torrenciais. Entre as 14h e as 17h, as regiões de Coimbra, Leiria, Lisboa e Santarém poderão registar os picos de precipitação, com acumulados horários entre 6 e 10 mm ou pontualmente superiores.

Mapa atmosférico: chuva
Chuva intensa atravessa Portugal Continental. Durante a tarde de terça-feira, a frente fria associada à tempestade Bram concentra a precipitação mais forte na região Centro, especialmente entre Coimbra, Leiria e Castelo Branco. A região de Lisboa também regista acumulados significativos, com períodos de chuva moderada a forte à passagem do núcleo mais ativo da frente.

O vento de sudoeste soprará moderado a forte, com rajadas que podem atingir 70 a 80 km/h no litoral norte. No litoral norte, a agitação marítima, igualmente reforçada pela tempestade Bram, trará ondas de oeste/noroeste entre 5 e 5,5 metros, podendo atingir 10 metros de altura máxima de onda, mantendo grande parte da costa sob risco significativo.

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O arquipélago da Madeira também está a ser diretamente afetado pela frente fria associada à tempestade. A instabilidade começou às 4h da madrugada desta terça-feira e prolongar-se-á até às 22h, com o período mais crítico a ocorrer entre as 13h e as 16h, intervalo durante o qual o modelo europeu aponta para mais de 12 mm acumulados em apenas três horas.

Mapa atmosférico: Precipitação acumulada
Acumulados superiores a 50 mm em 24 horas na Madeira: A passagem da frente fria associada à tempestade Bram deixou valores muito elevados de precipitação, com vários pontos da ilha a superar os 40–50 mm até às 23h de terça-feira (9).

O vento, de sudoeste, em comparação à madrugada, irá perder intensidade durante a tarde. A agitação marítima mantém-se forte, justificando a emissão de avisos amarelos (risco moderado) pelo IPMA até à 01:00 de quarta-feira, dia 10.

Madrugada muito chuvosa no Sul e frente fria a sair do país ao final da manhã

A madrugada de quarta-feira será marcada por chuva persistente e localmente intensa no Sul, com destaque para o distrito de Beja, onde os acumulados horários poderão ultrapassar os 6 mm. O Algarve também será afetado pela passagem do setor mais ativo da frente fria, trazendo chuva moderada e alguns aguaceiros fortes pontuais.

A precipitação continuará a progredir lentamente para leste e só pelas 10h da manhã a frente fria ficará totalmente afastada do território continental, dando lugar a uma melhoria gradual do estado do tempo, mas com alguns aguaceiros pré-frontais

A quinta-feira (11) será um dia de transição mais calmo após a passagem da tempestade Bram, marcado por uma melhoria gradual do estado do tempo e pela diminuição do vento e da chuva forte.

Mapa atmosférico: Probabilidade de chuva
Quinta-feira (11) às 23:00, a aproximação de uma nova frente atlântica aumenta a probabilidade de chuva (entre 85% e 95%) no Litoral Norte e noroeste da Península Ibérica O risco é elevado em cidades como Porto (86%) e Braga (91%).

Contudo, esta acalmia será breve. Durante a noite, a imagem revela a rápida aproximação de uma nova frente fria no Atlântico, resultando num aumento acentuado da probabilidade de chuva no litoral norte e noroeste ao final do dia.