Temperatura em Portugal desce, antes do regresso das noites quentes!

Esta segunda-feira amanheceu com alguma nebulosidade na faixa costeira ocidental que perdurou, em geral, até meio da manhã. Depois o tempo abriu e o céu ficou limpo de norte a sul da geografia de Portugal continental. O vento continua a soprar moderado, por vezes forte e predominantemente de Noroeste, temporariamente soprando de Oeste. O dia de hoje ainda será marcado pelos resquícios da massa de ar muito quente que esteve a exercer influência termicamente no nosso país, sobretudo no interior e no Algarve.

Assim, nesta jornada de segunda-feira o mercúrio deverá alcançar temperatura máxima de 39 ºC em Faro, 38 ºC em Beja, 37 ºC em Évora e Castelo Branco e 36 ºC em Portalegre, com uma anomalia térmica positiva bastante notável. Contudo, os mapas meteorológicos antecipam que, ao longo dos próximos dias, a temperatura irá tendencialmente baixar de oeste para leste e, os termómetros irão, por isso, registar valores mais normais para o verão, isto é, que estão em concordância com a normal climatológica de referência.

Nortadas, exposição ao Atlântico e afastamento da massa de ar quente

Sem surpresa, o verão vai-nos mostrando aquilo de que é capaz: dias de calor extremo que já originaram ondas de calor e vários incêndios florestais, e, por outro lado, uma incrível estabilidade meteorológica (em grande parte devida ao anticiclone dos Açores) que proporciona vários dias consecutivos de céu pouco nublado, ou limpo, sem qualquer indício de precipitação à vista, e por isso, soalheiro.

Quanto à anunciada descida da temperatura para valores normais do verão ao longo dos próximos quatro dias, não significa que não faça calor, apenas nos indica que este não é excessivo, ou extremo, para a época do ano. E, nesta oscilação térmica (sobe e desce das temperaturas), também os ventos desempenham um papel importante na suavização ou intensificação térmica.

Sob a influência das nortadas - ventos do quadrante Norte -, o litoral da nossa geografia continental, com o seu recorte inevitavelmente exposto ao Atlântico, vê o calor ser amenizado pelo vento e pela entrada de ar fresco procedente do Oceano. Além disso, há que mencionar o afastamento da massa de ar quente que foi proporcionando o calor mais intenso destes últimos dias, onde inclusive algumas localidades atingiram ou ultrapassaram os 40 ºC.

Entre terça, 26, e sexta-feira, 29 de julho o estado do tempo estará estável, ligeiramente mais fresco do que nos últimos tempos, com céu em geral pouco nublado ou limpo em Portugal continental, e com uma notável influência das nortadas que soprarão com alguma intensidade, especialmente durante as tardes. Em termos regionais, prevê-se mesmo fortes contrastes térmicos entre um litoral Norte fresco a ameno (máximas 24-26 ºC) e um interior Centro-Sul quente e seco (máximas entre 35-37 ºC).

Último fim de semana de julho: o regresso do calor intenso e das noites quentes?

Faltam vários dias para o fim de semana, e ainda existe bastante incerteza quanto a este panorama meteorológico, mas, de momento, aquilo que os modelos numéricos adiantam é a intensificação do calor e das noites quentes, possivelmente tropicais, em várias regiões de Portugal continental, cenário que se prevê para sábado, 30 e domingo 31 de julho. Segundo as últimas previsões dos mapas do tempo, no sábado, muitas capitais distritais do Continente poderão registar temperatura máxima acima dos 35 ºC, e somente as cidades de Viana do Castelo, Aveiro, Setúbal e Faro assinalarão uma máxima inferior aos 30 ºC.

As temperaturas máximas deverão aumentar no domingo, 31, com a calor a acentuar-se de maneira evidente. Prevê-se entre 37 ºC e 39 ºC para Vila Real, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora e Braga. O termómetro deverá assinalar máxima de 34 ºC no Porto e de 30 ºC em Lisboa, ficando abaixo dos 30 ºC apenas em Viana do Castelo, Setúbal e Faro.

O ambiente tórrido será fomentado também pelas noites quentes, (possivelmente tropicais, quando a mínima atinge ou supera os 20 ºC durante a noite) que se expandirão a mais regiões do país, abarcando, para além do interior Centro-Sul do país, áreas menos habitualmente afetadas por esta evidência tais como A.M. do Porto, A.M. de Lisboa, Viseu Dão-Lafões e Minho.

Tudo isto graças a um aparentemente imperturbável anticiclone que se expande em crista, à radiação solar que contribui para um eficaz aquecimento diurno, às prováveis entradas de massas de ar quente e ao facto de a Península Ibérica apresentar características orográficas de um “mini-continente” que fabrica o seu próprio calor. Aconselhamos a consulta diária dos nossos mapas, modelos e previsões meteorológicas dado que os valores térmicos estimados podem sofrer atualizações.