Ciclone, Furacão e Tufão: o poder do vento!

A atmosfera é uma camada de gases e partículas em suspensão que envolve o planeta por acção da força da gravidade. E, para assegurar o equilíbrio das diferenças de pressão, de temperatura ou humidade, ocorrem aqui movimentos dinâmicos de ar – é produzido o vento!

As nuvens Comulonimbus podem provocar chuva torrencial, granizo, descargas eléctricas e também ventos muito intensos e destruidores.

Ciclone Tropical, Furacão ou Tufão, são fenómenos meteorológicos associados a tempo severo. Nascem em regiões onde a temperatura superficial da água ultrapassa os 27⁰C. O ar aquecido pela água quente do mar funciona como catalisador para formar um potente sistema designado de Comulonimbus.

Á medida que as correntes de vento ascendente se fortalecem, as Comulonimbus absorvem cada vez mais ar quente e húmido, e, carregadas de humidade, vão-se agregando, formando um sistema de baixa pressão atmosférica, com grandes redemoinhos que começam a girar mais rápido sobre o oceano - indício da formação de um Furacão.

De acordo com a escala Saffir-Simpson (com 5 níveis, de 119 até >249km/h), numa primeira fase, este sistema é identificado como depressão tropical, quando os ventos atingem cerca de 50km/h. Continuando a ganhar força, transforma-se numa tempestade tropical até os ventos persistentes atingirem uma velocidade que ronda os 119km/h, altura em que assume a categoria de Furacão.

Mas, à medida que avança para áreas continentais, vai perdendo intensidade devido ao atrito, possibilitando que os ventos enfraqueçam, transformando-se em depressão tropical, que progressivamente acaba por se dissipar.

O efeito da força de Coriolis

A circulação dos ventos é resultado do movimento de rotação do planeta e da variação da velocidade escalar de acordo com as diferentes latitudes (maior na linha do Equador e menor nos polos) --> gera o efeito Coriolis que, nos ventos, provoca a circulação em sentido anti-horário no Hemisfério Sul e horário no Hemisfério Norte. Por se moverem horizontalmente, em direcções opostas, em cada hemisfério, quando estes fenómenos meteorológicos ocorrem no Atlântico Norte (costas caribenha, mexicana e américa do norte) são designados por Furacão; quando em regiões do Pacifico Ocidental (ásia) identifica-se como Tufão; e quando em regiões do Índico (austrália e leste de áfrica) classifica-se como Ciclone.

Ciclone, Furacão ou Tufão, são fenómenos com a mesma dinâmica atmosférica, só diferenciados, em termos de denominação, em função da área geográfica onde ocorrem.

Referir que, no centro da tempestade mais grandiosa e ameaçadora da mãe natureza (concentra mais energia do que qualquer outra tempestade no planeta), temos o chamado “olho do furacão”, onde acontece uma das contradições climáticas mais desconcertantes. O seu interior é calmo e tranquilo, mas a rodeá-lo por todo o lado, está uma tempestade violenta.

Não há outro fenómeno na natureza, em que haja uma diferença tão pronunciada, entre o que acontece num ponto, e o que acontece ao seu redor, como trovoadas que atingem os 15 mil metros de altitude, mas no centro, bem no meio da massa de nuvens em forma de bolacha, toda a violência desaparece, existindo um ponto limpo e tranquilo.

Mas cuidado! No solo, se estiver no centro de um Furacão, não se deve deixar enganar por uma estranha e súbita calmaria, pois ainda só passou por metade do evento, e prepare-se, pois seguir-se-ão fortíssimos ventos da direcção oposta!