Reservas hídricas mantêm sinais de recuperação, mas preocupação persiste

O início de abril traz boas notícias para os resultados de armazenamento das reservas hídricas em Portugal, com 81% do volume total armazenado nas barragens nacionais. Saiba mais aqui!

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Com o início do mês de abril, as reservas hídricas em Portugal apresentam um balanço positivo, mas ainda há preocupações em relação ao futuro, especialmente nas regiões do sul.

O início do mês de abril em Portugal continental apresenta bons indicadores da quantidade de água armazenada. Apesar de tudo, 9% das albufeiras monitorizadas em território nacional registam menos de 40% de armazenamento de água e na última semana registou-se um decréscimo de 0,23% do total armazenado a nível nacional.

Depois de um início de ano de 2023 comprometedor para a gestão das reservas hídricas, o início do mês abril denota uma boa quantidade de água nas barragens nacionais, fechando o mês de março com 81% do armazenamento total. De qualquer forma, o impasse nas condições meteorológicas para os meses de primavera deixa-nos sérias dúvidas sobre a capacidade de armazenamento de água nas albufeiras, sobretudo nas regiões a sul do país.

Níveis de armazenamento de água em Portugal mantêm bons patamares na última semana de março

A 27 de março de 2023, verificava-se um aumento no volume armazenado em seis bacias hidrográficas e uma diminuição em nove em comparação com o boletim anterior de 20 de março de 2023.

Dos reservatórios monitorizados, 60% têm disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total, enquanto 9% têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total. 46 albufeiras de 77 albufeiras monitorizadas apresentam um volume de armazenamento superior a 80%. Destas, 8 apresentam valores de armazenamento superior à média de março.

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A situação de défice de armazenamento de água no Barlavento Algarvio continua a ser uma preocupação. Fonte: adaptado do Relatório do SNIRH, de 27 de março de 2023.

Os valores mais elevados, a 27 de março, foram registados no Douro (90,6%), uma vez mais, e no Vouga (87,1%), Ave (86,9%) e Tejo (86,4%). Estas bacias registaram mais de 85% de volume total armazenado.

Em relação às médias de armazenamento do mês de março de 1990/91 a 2021/22, os armazenamentos no final de março de 2023 por bacia hidrográfica foram superiores, exceto para as bacias do Sado (60,7%), Mira (36,7%), Arade (40,9%), Ribeiras do Barlavento (13,6%) e Ribeiras do Sotavento (55,2%).

A situação mais crítica em território nacional permanece no Barlavento, com 13,6% de armazenamento de volume de água.

Qual é a previsão de precipitação para as próximas semanas?

Embora abril tenha iniciado com alguma precipitação, há vários modelos que projetam mudanças climático-meteorológicas a partir da Sexta-feira Santa, que poderão arrastar-se pelo fim de semana da Páscoa e início da semana seguinte. É importante acompanhar as previsões meteorológicas atualizadas para nos mantermos informados sobre as mudanças previstas e estar preparado para as condições climáticas que possam ocorrer.

De facto, embora os modelos atuais do Ensemble ECMWF nos vão dizendo que o mês de abril será um mês de reduzidas anomalias positivas de precipitação, o certo é que é expectável que haja alguns períodos de precipitação a ocorrer, desde já, na próxima semana.

O final do mês de abril promete, ainda assim, segundo modelos ainda pouco claros, que possa dar origem a anomalias térmicas positivas e de precipitação negativas, sendo convidativo à prática balnear.

A esperar-se essa situação, a situação a sul do país poderá agravar-se, sendo que à data os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) evidencia já uma situação crítica no Barlavento Algarvio.