Depressão Claudia mantém-se este fim de semana em Portugal: saiba o que esperar da chuva, vento e trovoada na sua região

Portugal atravessa um dos episódios de instabilidade mais persistentes deste outono, marcado pela presença quase estacionária da depressão Claudia. Entre esta sexta-feira, 14 de novembro, e domingo, 16, o país continuará sob chuva forte e vento por vezes intenso.
A depressão Claudia continua instalada a noroeste da Península Ibérica e mantém Portugal sob a influência direta de sucessivas frentes atlânticas. O bloqueio atmosférico que impede o sistema de se deslocar tem prolongado o mau tempo muito além do habitual, estendendo instabilidade, chuva forte e vento desde o início da semana.
Sexta-feira marcada por instabilidade atmosférica, embora com menos precipitação relativamente ao dia anterior
Esta sexta-feira, 14 de novembro, não será exceção, embora se observe um ligeiro abrandamento da precipitação contínua que marcou os últimos dias. Ao longo do dia, o céu permanecerá muito nublado, com abertas passageiras, mas o cenário dominante será novamente marcado por aguaceiros frequentes, por vezes fortes, sobretudo no Norte e Centro.
A presença de ar mais frio em altitude favorece episódios de granizo e trovoadas dispersas, aumentando a instabilidade local. Nas áreas mais elevadas da Serra da Estrela, há ainda possibilidade de queda de neve, um fenómeno limitado às cotas mais altas, mas que assinala a descida geral das temperaturas. As máximas variam entre 9 ºC, na Guarda, e os 20 ºC, em Lisboa, onde os valores mais baixos se confirmam no interior e nas terras altas.

O vento mantém-se moderado a forte de Oeste, com rajadas que podem atingir 60 km/h no litoral e nas regiões montanhosas, intensificando-se temporariamente durante a passagem das células convectivas mais fortes.
Embora a intensidade global da precipitação seja ligeiramente inferior à de quinta-feira, a instabilidade continua significativa e poderá originar episódios localizados de acumulação rápida de água.
Agravamento do estado de tempo devido ao reforço de um rio atmosférico
No sábado, 15 de novembro, o país volta a enfrentar um agravamento do estado do tempo devido à aproximação de uma nova frente reforçada por um rio atmosférico proveniente das latitudes subtropicais. Esta corrente de ar carregada de humidade funcionará como um “combustível” adicional para o sistema frontal, intensificando a precipitação de forma marcada. Os modelos numéricos preveem valores especialmente elevados no litoral norte, Grande Lisboa, Península de Setúbal e regiões do interior centro e sul, incluindo as áreas montanhosas da Beira Interior.
Entre os distritos mais afetados deverão estar Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro, onde os valores acumulados poderão voltar a atingir montantes expressivos em 24 horas de 120 mm em algumas localidades.

O vento de Sul ganhará força ao longo do dia, com rajadas até 50 km/h no Minho e Douro Litoral e até 70 km/h em setores do Baixo Alentejo e Algarve. A instabilidade atmosférica será acentuada e poderá originar trovoadas frequentes e episódios de granizo disperso. As temperaturas máximas sobem ligeiramente, em especial no Centro, devido ao transporte de ar mais quente em altitude.
Depressão Claudia começa a deslocar-se para nordeste, com abrandamento progressivo da instabilidade
No domingo, 16 de novembro, a depressão Claudia começará a deslocar-se lentamente para nordeste, o que permitirá um abrandamento progressivo da instabilidade. Ainda assim, esperam-se períodos de chuva e aguaceiros, localmente fortes e acompanhados de trovoada, em especial durante a manhã e início da tarde.
A diminuição da precipitação deverá ser mais evidente ao final do dia, sobretudo nas regiões do Norte e Centro, onde se registarão os valores mais elevados de precipitação durante o fim de semana. O vento enfraquece gradualmente, embora ainda possa soprar moderado de sudoeste no litoral.
A partir de segunda-feira, 17 de novembro, antecipa-se uma mudança significativa no padrão atmosférico. O anticiclone reforça-se a oeste e estende-se gradualmente à Península Ibérica, abrindo caminho a um período de tempo mais seco, com céu pouco nublado. A manhã de segunda ainda poderá trazer aguaceiros residuais e muita nebulosidade, mas ao longo do dia o cenário melhora de forma consistente.